LOC.: Aprovada pela Câmara dos Deputados, a proposta que detalha como vai funcionar o novo sistema tributário manteve a suspensão de impostos sobre a importação de matérias-primas pelas empresas que fazem parte dos regimes aduaneiros especiais.
Mas o texto não concede o mesmo tratamento para as compras feitas no mercado interno, o que preocupa o setor produtivo. É o que explica o presidente do Conselho Temático para Assuntos Tributários e Fiscais da Confederação Nacional da Indústria, a CNI, Armando Monteiro.
TEC./SONORA: Armando Monteiro, presidente do Conselho Temático para Assuntos Tributários e Fiscais da CNI
"A tese é esta: para os regimes aduaneiros especiais, sejam eles quais forem, os insumos e matérias-primas comprados no mercado doméstico devem ter o mesmo benefício da suspensão tributária que é garantido aos insumos e matérias-primas importados."
LOC.: A preocupação da indústria é que se não houver suspensão de tributos para as compras feitas no mercado interno, as empresas vão privilegiar as importações, porque essas contam com a suspensão.
Líder da federação partidária formada por PSOL e Rede na Câmara dos Deputados, a deputada federal por São Paulo Erika Hilton acredita que a falta de isonomia pode causar distorções competitivas.
TEC./SONORA: deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP)
"É uma preocupação legítima. Isso de 'ah, como se eu comprar de fora eu não tenho imposto, e comprando aqui dentro eu tenho', pode ser que acabe gerando mesmo essa preferência. Esse é um ponto a ser observado."
LOC.: Os regimes aduaneiros especiais recebem esse nome porque não seguem a regra geral de aplicação de impostos na importação ou exportação de bens. Em geral, as empresas que participam desses regimes contam com suspensão ou impostos reduzidos sobre a compra de mercadorias, diminuindo o custo de produção e aumentando a competitividade delas no mercado internacional.