LOC.: Uma das principais críticas do governador de Goiás, Ronaldo Caiado, à reforma tributária está no Imposto sobre Bens e Serviços, o IBS — que será a unificação dos atuais ISS e ICMS recolhidos por estados e municípios. E que para Caiado é “algo impossível de ser aplicado”. O governador entende que “não se faz uma mudança que envolve mais de 5,5 mil prefeituras de 26 estados e um Distrito Federal dentro de uma emenda constitucional que diz que as prerrogativas dos governadores serão secundárias e que um comitê gestor vai deliberar sobre a partilha da arrecadação aos municípios e aos Estados.”
Para administrar o IBS, que será o imposto arrecadado por estados e municípios, vai ser criado um Comitê Gestor, que vai fazer a arrecadação, a compensação de débitos e créditos, a distribuição de receitas para os entes. E que, na opinião de Caiado, o representante desse comitê vai ter mais poder do que o governador. Já que esse novo órgão será responsável por repassar os valores aos estados. O advogado tributarista Luis Claudio Yukio Vatari, concorda com o pensamento de Caiado, avaliando a situação econômica do estado que ele representa.
TEC/SONORA: Luis Claudio Yukio Vatari, advogado tributarista
“Ele está num estado que possivelmente vai ser muito impactado pela arrecadação própria, ele vai depender muito de repasses, por isso eu concordo com o que ele diz sobre essa questão.”
LOC.: Outra crítica de Caiado está no que tange às ações na justiça decorrentes do IBS. Para o governador, vai ser a maior judicialização que já se viu no mundo quando o IBS começar a funcionar. Yukio Vatari concorda que haverá aumento de ações na justiça e critica o modelo que foi usado para a base do IBS.
TEC/SONORA: Luis Claudio Yukio Vatari, advogado tributarista
“A gente pegou o tributo mais complexo que é o ICMS e estamos usando ele como modelo para fazer tudo. Aqui no meu escritório, já temos tees preparadas para os clientes mesmo sem ter a legislação pronta. E não é só meu escritório, a maior parte dos escritórios que trabalham com [reforma] tributária já viram falhas, abusos e outras questões de ordem procedimental junto ao Congresso.”
LOC.: O texto substitutivo está no Senado e deve começar a ser apreciado na volta do recesso, agora em agosto.
Reportagem, Livia Braz