LOC.: Não aumentar o número de produtos ou serviços que terão alíquota menor ou isenção de impostos será um dos desafios da Câmara dos Deputados na análise da reforma tributária. O texto que passou pelo Senado ganhou cinco novas exceções.
Para a especialista em Imposto sobre Valor Agregado, o IVA, Melina Rocha, a ampliação do número de regimes diferenciados que vão pagar menos impostos, faz parte do jogo político para se aprovar a reforma. Ponto que ela observou em outros países que já adotam o modelo.
Mas a consultora internacional destaca que o ideal era não haver exceções às novas regras.
TEC./SONORA: Melina Rocha, consultora internacional
"O ideal, tecnicamente, por conta de vários estudos econométricos que já foram feitos mundialmente, é que a proposta fosse baseada numa alíquota única, sem isenções, sem benefícios fiscais e se diminuísse a regressividade por meio da devolução personalizada do imposto, cashback, somente para as famílias de baixa renda."
LOC.: O dilema em torno da concessão de alíquotas mais baixas ou isenção de impostos para determinados setores ocorre porque, se alguns pagam menos, os demais pagam mais do que deveriam, de modo que se consiga equilibrar a arrecadação.
O senador Angelo Coronel, do PSD da Bahia, diz que alguns setores, de fato, precisavam de alíquota reduzida, para mitigar possível aumento repentino de carga tributária que dificultasse a continuidade das empresas. O parlamentar alerta que a consequência para o aumento das exceções é um IVA maior.
TEC./SONORA: senador Angelo Coronel (PSD-BA)
"Quanto mais exceções, mais você vai ter que aumentar o percentual do IVA. Já se fala em chegar até quase 30%. Então, nós temos que fazer uma análise das leis complementares. Ainda não saiu ainda a lista da Cesta Básica Nacional, não saiu da Cesta Básica estendida. Então isso aí é que vai dar o ponto final pra ver qual vai ser a tributação efetiva do IBS e da CBS."
LOC.: O estudo mais recente do Ministério da Fazenda estimava que a alíquota do IVA ficaria em torno de 27%.
Mas o levantamento da equipe econômica do governo ainda não havia incorporado as novas exceções incluídas pelo Senado, fator que tende a aumentar a alíquota de referência em, pelo menos, meio ponto percentual. Segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, isso faria o IVA chegar aos 27,5%.
Reportagem, Felipe Moura.