Foto: Arquivo/EBC
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Queda da inflação no IPCA vai fazer taxa de juros cair, avaliam especialistas

Economistas entendem que índice dos preços medidos pelo IBGE vai influenciar BC a diminuir juros já no segundo semestre


O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de abril, de 0,61%, abaixo da taxa registrada em março (0,71%) trouxe otimismo para os analistas econômicos. Os professores de economia Jackson de Toni, do Ibmec Brasília, e Benito Salomão, da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), avaliam que a queda do IPCA em relação ao mês anterior sinaliza a continuidade da queda da inflação que vai aumentar ainda mais a pressão para os técnicos do Banco Central (BC) baixarem a taxa de juros. 

Ligado ao IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o IPCA é um dos índices de inflação mais tradicionais do Brasil. O indicador, criado em 1979, mede a variação dos preços de um conjunto de produtos e serviços consumidos pelas famílias brasileiras. 

Conforme os dados divulgados pelo IBGE, nos índices regionais a maior variação de preços foi registrada na capital de Mato Grosso do Sul – Campo Grande (0,89%), em função da energia elétrica residencial (6,11%). Já a menor variação foi registrada em Recife, capital de Pernambuco (0,16%), influenciada pelas quedas de 3,41% da gasolina e de 2,51% de conserto de automóvel.

O professor de Economia do Ibmec destacou que o IPCA é o índice oficial que mede a inflação mais importante do Brasil, porque influi no reajuste de aluguéis, salários, índice de poupança e outros. “O índice é calculado com base nas famílias [que recebem] de 1 a 40 salários mínimos e os principais quesitos dos quase 400 mil preços coletados pelo IBGE [são relacionados à] saúde, educação, transporte e vestuário”, observou Jackson de Toni.

Remédios

O especialista observou que o único item que registrou aumento significativo na tabela divulgada pelo IBGE foi relacionado ao setor de saúde: “Mas isso aconteceu partir de uma autorização de reajuste pela Agência reguladora. Então, [trata-se de] preço administrado”, esclareceu, acrescentando que “a notícia é muito boa, e aponta para uma queda tendencial positiva da inflação, que vai melhorar a atividade econômica para o ambiente de negócios”.

Quem concorda com Jackson de Toni é o professor Benito Salomão, doutor em economia pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU). “Apenas o item de remédios sofreu reajuste considerável, enquanto em muitos itens houve desinflação”, apontou.

BC pode agir no 2º semestre

“O Brasil experimenta um momento de desinflação, principalmente nos setores de comércio e serviços”, avaliou Benito Salomão. Para ele, “são vários os impactos causados pela desinflação”, principalmente a possibilidade de queda real na taxa de juros que, poderá acontecer já no segundo semestre deste ano”. 

“Estou bastante convencido de que essa taxa de juros começa a cair já no segundo semestre desse ano, e aí nós podemos ter um estilo de demanda um pouco melhor”, concluiu.

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LOC: O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do mês de abril, de 0,61%, abaixo da taxa registrada em março (que foi de 0,71%) trouxe otimismo para os analistas econômicos. Os professores de economia Jackson de Toni, do Ibmec Brasília, e Benito Salomão, da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), avaliam que a diminuição dos preços medidos pelo IPCA (em relação ao mês anterior) sinaliza a continuidade da queda da inflação e isso vai aumentar - ainda mais - a pressão para os técnicos do Banco Central (BC) para que reduzam a taxa de juros. 

O professor de Economia do Ibmec destacou que o IPCA é considerado o índice oficial de maior importância para medir a inflação do país, porque influi no reajuste de aluguéis, salários, índice de poupança e outros itens. Jackson de Toni observou que o único setor que provocou inflação em abril foi relacionado ao preço de remédios - e explicou como o índice é calculado.

 

 

SONORA: Jackson de Toni, professor de Economia do Ibmec 
“Ele é calculado com base nas famílias de 1 a 40 salários mínimos e os principais quesitos dos quase 400 mil preços coletados pelo IBGE é saúde, educação, transporte, vestuário... E o que aumentou um pouco agora foi o item de remédios, de saúde, a partir de uma autorização de reajuste pela Agência reguladora. Então, preço administrado. Mas a notícia é muito boa, aponta para uma queda tendencial positiva aí da inflação, que vai reduzir, vai melhorar para atividade econômica, para o ambiente de negócios.”

 


LOC: Já o professor de economia Benito Salomão, da UFU (Universidade Federal de Uberlândia), afirmou que o Brasil experimenta um momento de "desinflação", principalmente nos setores de comércio e serviços. Segundo o especialista, o principal impacto causado pela queda da inflação registrada pelo IPCA é a influência que esses índices terão sobre os técnicos do Banco Central. O professor acredita que, se a inflação continuar no ritmo que está, a taxa de juros já deve baixar no segundo semestre deste ano.

SONORA: Benito Salomão, professor de Economia da UFU
“O principal impacto que nós temos desse tipo de desinflação em curso no Brasil é que nós podemos esperar uma taxa de juros em queda no segundo semestre. Eu acho que, eu tô bastante convencido de que essa taxa de juros ela começa a cair no segundo semestre desse ano, e aí nós podemos ter um estilo de demanda um pouco melhor aí, não só a esse tipo de setor mas também a ele.”


LOC: O IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) é um dos índices de inflação mais tradicionais do país. Criado em 1979, o indicador tem o objetivo de medir a variação dos preços de um conjunto de produtos e serviços – que são vendidos no varejo – e consumidos pelas famílias brasileiras.

Reportagem: José Roberto Azambuja