
LOC.: O projeto que propõe o fim da escala de trabalho 6x1 e a redução da jornada para quatro dias por semana reacendeu o alerta no setor produtivo. A PEC 8 de 2025, em análise na Câmara dos Deputados, pode representar um aumento de até 30% no custo da folha de pagamento, segundo o relator da proposta, o deputado federal Luiz Gastão, do PSD do Ceará.
TEC/SONORA: DEPUTADO Luiz Gastão (PSD-CE)
“Todo o setor produtivo está preocupado porque os estudos que estão chegando ao nosso conhecimento mostram um aumento de até 30% no custo da mão de obra. [...] Às vezes querem colocar de forma errônea que o empresário é o grande vilão. Muito pelo contrário: o empresário é quem gera emprego, é quem gera renda. Quando se paga a folha de pagamento, se paga o salário. E esse salário é renda que alimenta o consumo, que gera impostos que sustentam saúde, educação, segurança... toda a máquina pública.”
LOC: A proposta foi apresentada pela deputada federal Erika Hilton, do PSOL de São Paulo, e pretende reduzir a jornada semanal para 36 horas, abolindo o modelo atual que permite ao trabalhador atuar por seis dias com um de descanso, o chamado 6x1.
Uma audiência pública está prevista para agosto, mas, segundo o relator, os dados preliminares já apontam impactos negativos.
A preocupação também é compartilhada pela Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil, a CACB, que representa mais de duas mil entidades empresariais em todo o país. Para o presidente em exercício da entidade, Ernesto João Reck, o momento atual não é adequado para esse tipo de mudança.
TEC/SONORA: Ernesto João Reck, presidente em exercício da CACB
“O Brasil está passando por transformação. Precisamos nos ajustar em diversos segmentos. Teremos problemas de aumento de custo, de informalidade, de elevação de despesas — e isso vem prejudicar a competitividade do nosso empresariado, das nossas mercadorias.”
LOC: Segundo pesquisa da Genial/Quaest, 70% dos deputados federais são contra o fim da escala 6x1. Até mesmo entre os parlamentares da base do governo, a maioria rejeita a proposta. Para o setor produtivo, mexer na jornada agora pode representar riscos para o emprego formal e para a economia.
Reportagem, Livia Braz