LOC.: O projeto de lei que prorroga a desoneração da folha de pagamento até o fim de 2027 será votado pela Câmara dos Deputados. A proposta foi aprovada de forma definitiva no Senado e seguiu para a análise dos deputados.
A desoneração permite que as empresas dos 17 setores que mais empregam no país paguem menos tributos. Na prática, em vez de pagar 20% sobre a folha de salários para a Previdência, as empresas podem optar pelo pagamento de 1% a 4,5% sobre o que faturam. O benefício acaba no fim deste ano, mas o projeto de lei quer estendê-lo por mais quatro. Como forma de compensar a perda de arrecadação do governo, a proposta estende, pelo mesmo período, o aumento de 1% na alíquota da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social, a Cofins, sobre bens e serviços importados, cujo prazo também se encerra em dezembro.
Rodrigo Leite, professor de economia do Instituto Coppead da UFRJ, explica que a desoneração da folha de pagamento existe há 12 anos e que o fim do mecanismo poderia elevar o desemprego aos setores beneficiados.
TEC./SONORA: Rodrigo Leite, professor de Finanças e Controle Gerencial do Instituto de Pós-Graduação em Administração, da UFRJ
"Esse é um imposto sobre a folha de pagamentos. Ou seja, vamos supor que acabasse a desoneração e uma empresa que está pagando 4,5% [sobre o faturamento] tenha que pagar 20%. Você onera a empresa. O que ela pode fazer? Demitir 5%, 10% da força de trabalho para não ter esse aumento no custo trabalhista."
LOC.: Autor do projeto de lei, o senador Efraim Filho, do Unão da Paraíba, diz que o fim da desoneração poderia causar cerca de seiscentas mil demissões no Brasil. O parlamentar defende que, quanto mais empregos uma empresa gere, menos impostos ela pague.
Entre os setores beneficiados pela desoneração estão os de confecção e vestuário, transporte rodoviário coletivo e construção civil.
Reportagem, Felipe Moura.