LOC.: O Ministério de Minas e Energia apresentou o projeto Combustíveis do Futuro, que estabelece diretrizes para quantificar emissões de gases veiculares e regulamenta a atividade de captura de carbono. Lançado no último dia 14, o projeto sugere a criação de um marco regulatório para os combustíveis sintéticos. A proposta será enviada ao Congresso Nacional.
O secretário substituto de Planejamento e Transição Energética do ministério, Leandro Albuquerque, defendeu que o Brasil possui biocombustíveis como vantagem comparativa.
TEC./SONORA: Leandro Albuquerque, secretário substituto de Planejamento e Transição Energética do MME
“Esses biocombustíveis são uma fonte segura e imediata de descarbonizar nossa matriz de transportes e, por isso, a gente concebeu dentro do Ministério, em um processo colaborativo dentro do próprio governo, o Programa Combustíveis do Futuro para avançar em mais alguns setores que tem essa descarbonização muito difícil, e aí eu estou falando especificamente nesse programa dos combustíveis de aviação, do diesel verde, também estamos falando da ampliação do percentual de etanol e ainda estabelecer um marco regulatório para a captura de carbono.”
LOC.: A presidente-executiva da Associação Brasileira do Biogás, Renata Isfer, aponta a utilização do biometano como uma das possíveis soluções para a descarbonização. O biometano é obtido a partir do processamento do biogás, que por sua vez é originário da decomposição de material orgânico. Renata Isfer argumenta que tanto o biogás quanto o biometano são tecnologias maduras, mas que não possuem incentivos.
TEC./SONORA: Renata Isfer, presidente executiva da Associação Brasileira do Biogás
“Existem setores de difícil descarbonização e justamente nesses setores são um ponto em que o biometano tem um grande potencial de atuar para essa descarbonização, que são, além do transporte que eu já mencionei, o agro e a indústria. Na indústria, hoje, você tem, por exemplo, exemplos de economia circular em que a indústria pega seu próprio resíduo, gera biometano ou biogás para gerar sua própria energia, utilizando energia limpa. Ela lida com dois problemas: o da energia renovável e o dos descartes desses resíduos poluentes que ela tem.”
LOC.: A transição energética é umas das principais pautas da Conferência das Nações Unidas para o Clima, a COP28. O tema foi discutido em um dos painéis do evento “Diálogo Pré-COP28: o papel da indústria na agenda de clima”, promovido pela Confederação Nacional da Indústria, a CNI.
O gerente-executivo de Meio Ambiente e Sustentabilidade da entidade, Davi Bomtempo, reforça a importância da transição.
TEC./SONORA: Davi Bomtempo, gerente-executivo de Meio Ambiente e Sustentabilidade da Confederação Nacional da Indústria
“Acho que um ponto muito importante que a COP vai trazer é a necessidade de fazer uma transição energética mais intensa, mais rápida, porque enxerga na transição energética um dos grandes vetores para uma economia de baixo carbono. Especificamente, e aí trazendo todo o contexto de discussões do Acordo de Paris, a gente enxerga que alguns temas são bastante relevantes. Temas como adaptação climática, discussões sobre a implementação do mercado de carbono que está contido dentro do art. 6º.”
LOC.: A Conferência das Nações Unidas para o Clima, a COP28, está prevista para acontecer entre os dias 30 de novembro e 12 de dezembro, em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos.
Reportagem, Fernando Alves