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Os produtores de soja de Goiás terão mais tempo para realizar a semeadura da oleaginosa no estado. A pedido do setor produtivo, o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) prorrogou o prazo do plantio de soja até 12 de janeiro. Inicialmente, o prazo terminaria na terça-feira (2).
Segundo o presidente em exercício da Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa), Augusto Amaral, a medida foi necessária devido a condições climáticas adversas que atingiram a região no segundo semestre de 2023.
“O que motivou esse pedido foi as fortes influências climáticas do El Niño, onde regiões não tiveram índices de chuvas adequados para o plantio na data mais costumeira que os produtores utilizam. E com isso, esse prazo teve que ser estendido para que a gente pudesse realmente concluir o plantio de todas as áreas aqui no nosso estado. Essa medida tem um impacto positivo para o produtor, porque uma vez que ele tivesse só o prazo até o dia 2, ele já não poderia plantar em parte dessas áreas. Então, com isso ele vai ter esse prazo um pouco maior, consequentemente conseguindo plantar dentro da legalidade”, diz.
O presidente em exercício da Agrodefesa ainda explica que a prorrogação não deve afetar o período do vazio sanitário.
“Consequentemente, essa prorrogação não vai comprometer o próximo vazio sanitário, que já é um manejo que é obrigatório também a ser cumprido e que impacta realmente a parte fitossanitária da safra subsequente. Então, a gente tendo esse plantio dentro desse calendário, cumprindo o vazio sanitário, a chance de a gente ter impacto em safras posteriores é bem menor”, ressalta.
Conforme a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para a safra 2023/2024, estão estimados que 17 milhões de toneladas de soja sejam produzidas em Goiás. No entanto, na avaliação do presidente da Agrodefesa, a mesmo com a prorrogação do prazo de plantio, a produção por hectare de soja deve diminuir.
“Em alguns momentos onde o produtor plantou, teve uma certa estiagem, então podemos ter uma redução da produtividade por hectare. Pode ser que a gente não alcance as mesmas médias do ano anterior. E mesmo com esse prazo estendido, tem produtor que já optou por fazer outro tipo de plantio mais adequado a essa janela. Então, a gente imagina que deva haver, sim, uma tendência de redução. As estimativas eram de ampliação de área em Goiás, porém, nós tivemos produtores que tiveram de replantar em algumas áreas e perdeu o primeiro plantio”, afirma.
Amaral ainda destaca que a safrinha de sorgo e milho — duas importantes culturas no estado — podem ser impactadas. “Por conta de realmente ficar uma janela apertada para a colheita da soja e, em seguida, faça o plantio do sorgo ou do milho. Então, essas vão ser impactadas de uma forma mais significativa”, completa.
Em 2023, o estado alcançou a terceira posição no ranking de maiores produtores de grãos do país, passando do Rio Grande do Sul, ficando atrás de Mato Grosso e Paraná. Segundo o IBGE, no ano passado foram produzidas 16,5 milhões de toneladas de soja no estado, representando um crescimento de 8,7% em comparação a 2022.
Os principais municípios produtores de soja em Goiás são: Rio Verde, Jataí, Cristalina, Montividiu, Paraúna, Catalão, Ipameri, Mineiros, Chapadão do Céu e Goiatuba.
Além de Goiás, outros cinco estados também vão prorrogar os prazos para os plantios: Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Piauí e Tocantins.
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