LOC.: Uma dívida bilionária dos estados com a União — que ultrapassa os R$ 765 bilhões de reais — poderá ser parcelada em 30 anos com redução de juros. É isso que propõe um projeto de lei complementar aprovado esta semana no Senado. Por meio do Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados (Propag) estados e o DF poderão também transferir ativos para a União como parte do pagamento.
Hoje, cerca de 90% da dívida se concentra em quatro estados: Goiás, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul.
Com uma dívida de R$ 17 bilhões com a União, o estado de Goiás tinha interesse na aprovação do projeto. O governador do estado, Ronaldo Caiado (União), esteve em Brasília, ao lado de outros governadores, e acompanhou a votação nesta quarta (14) no Senado. Para o chefe do executivo de Goiás, a pauta aprovada era uma das maiores reivindicações do estado atualmente.
TEC/SONORA: Ronaldo Caiado, governador de Goiás
“É uma matéria que eu acredito que dará uma maior flexibilização a nós em relação ao fator que determina o teto de gastos, Esta é uma das maiores reivindicações que nós temos”
LOC.: O Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados previsto no texto aprovado pelos senadores deve revisar os termos das dívidas que os estados e o Distrito Federal têm com a União.
Pela proposta, fica autorizado desconto nos juros, além de prazo de 30 anos para pagamento da dívida — o que poderia chegar a até 360 parcelas. O Propag ainda prevê que estados transfiram ativos para a União para abater parte da dívida. Em contrapartida, os estados devem investir em educação, formação profissional, saneamento, habitação, enfrentamento das mudanças climáticas, transporte e segurança pública.
O assessor de orçamento Cesar Lima destaca que poucos estados detêm quase a totalidade da dívida. Para esses entes, o projeto só traz vantagens, mas a conta chegará para todos.
TEC/SONORA: César LIma, assessor de orçamento
“Para quem deve isso é muito bom, mas quem não deve vai pagar também uma parte da dívida dos outros. Por que pode-se gerar outros custos para a União que vai ser arcado com o dinheiro dos impostos.”
LOC.: A proposta segue agora para análise dos deputados na Câmara.
Reportagem, Lívia Braz