LOC.: A nova reunião mediada pelo TST, que trata do piso da enfermagem, acontece nesta terça-feira, dia 7, as duas horas. Representantes dos trabalhadores e empregadores do setor privado discutem a questão do ajuste salarial dos enfermeiros, técnicos em enfermagem, auxiliares de enfermagem e parteiras de todo o país. Duas reuniões unilaterais já foram feitas com a mediação do Tribunal Superior do Trabalho (TST), mas nenhum acordo chegou a sair desse encontro. A expectativa é saber se agora o impasse será resolvido. Na opinião do advogado especialista em direito do trabalho Donne Pisco é importante que ambas as partes encontrem uma solução para evitar qualquer repercussão a respeito da empregabilidade — ou com relação ao incremento dos custos setoriais que a aplicação do piso representa.
TEC./SONORA: advogado especialista em direito do trabalho, Donne Pisco
“A aplicação ficou condicionada à negociação prévia conduzida pelas entidades sindicais, a fim de que fosse discutida a aplicação do piso salarial e consideradas as implicações sobre tudo a fim de evitar qualquer repercussão a respeito da empregabilidade”
LOC.: A mediação do TST foi solicitada pela Confederação Nacional de Saúde, Hospitais e Estabelecimentos e Serviços. A categoria patronal buscou abrir o diálogo para tentar definir um escalonamento temporal e outros aspectos para o pagamento do piso — e recorreu ao TST para que faça a mediação das negociações, tendo em vista o prazo fixado pelo STF para a implantação do piso. De acordo com o Conselho Federal de Enfermagem, a aplicação integral do piso salarial em todo o território nacional é necessária. Na opinião do vice-presidente da instituição, Antônio Marcos, é preciso resolver esse impasse o quanto antes.
TEC./SONORA: vice-presidente cofen, Antônio Marcos
“Se coloca uma série de dificuldades, inclusive para exercício profissional, quando demite técnico, quando demite enfermeiro, indo na contramão daquilo que a gente imagina que é o reconhecimento do profissional com piso, mas é revertido isso tudo numa melhoria da qualidade da assistência à população brasileira. Os principais entraves se encontram aí”
LOC.: Já a Confederação Nacional de Municípios (CNM) demonstra preocupação com a não-inclusão do recolhimento de encargos patronais. Segundo a entidade, isso poderia trazer mais desequilíbrio nos municípios, em especial nas localidades mais pobres. Conforme estimativas da CNM, realizadas em setembro de 2022, do impacto global de 10,5 bilhões de reais, ao menos 24% ( 2,5 bilhões de reais) seriam pagamentos das prefeituras, a título de encargos patronais.
Reportagem, Lívia Azevedo