Foto: José Paulo Lacerda/CNI
Foto: José Paulo Lacerda/CNI

PESQUISA: Número de trabalhadores com mais de 50 anos no Brasil dobra entre 2006 e 2021

Diretor-geral do Senai, Rafael Lucchesi, afirma que essa é uma tendência mundial devido ao envelhecimento da população


O número de pessoas com mais de 50 anos no mercado de trabalho mais que dobrou nos últimos 15 anos, de acordo com levantamento realizado pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai). O estudo mostra que o número de trabalhadores com mais de 50 passou de 4,4 milhões em 2006 para 9,3 milhões em 2021, um aumento de 110,6%. 

No mesmo período, o número de brasileiros com mais de 50 anos aumentou 63,2%, passando de 34 milhões, em 2006, para 55,5 milhões em 2021. O diretor-geral do Senai, Rafael Lucchesi, afirma que essa é uma tendência mundial devido ao envelhecimento da população. Para ele, os profissionais mais experientes possuem atributos técnicos e socioemocionais perseguidos pelo mundo do trabalho.  

“Temos um enorme aumento da participação relativa de pessoas de mais de 50 anos no mundo do trabalho, que é uma tendência em todos os países pelo envelhecimento da população, mas ela é mais acentuada no Brasil. E temos um problema agravante interrelacionado que é a dificuldade dos jovens conseguirem o  primeiro emprego, a carteira assinada”, afirma. 

Lucchesi explica que a permanência de trabalhadores com mais de 50 anos está associada às mudanças no regime previdenciário e às necessidades de se obter remunerações compatíveis com o padrão de vida. Segundo Lucchesi, aproximadamente um terço dos jovens que estão na faixa etária entre 18 e 24 anos não estudam nem trabalham. O diretor defende a importância do ensino técnico-profissional para o ingresso dos mais jovens no mundo do trabalho. 

“Tudo isso coloca para nós uma reflexão sobre a importância de melhorar o sistema educacional, ter mais atenção ao projeto de vida dos jovens para que, no âmbito das suas vocações, eles possam se engajar melhor no mercado de trabalho. É claro que isso tem impacto positivo sobre um conjunto de políticas: política de distribuição de renda, política para juventude, política de segurança pública”, pontua Lucchesi. 

Empregos

Segundo a pesquisa, no período, o estoque geral de emprego cresceu 38,6%. Em 2006, os profissionais com mais de 50 ocupavam 12,6% do total de vagas. O número apresentou um crescimento de 51,6% em 2021, quando esses trabalhadores representavam 19,1% do total de empregos. 

O levantamento mostra ainda que metade dos trabalhadores nessa faixa etária está localizada na região Sudeste. Entretanto, as regiões Norte e Centro-Oeste registraram o maior aumento proporcional: 129% e 132%, respectivamente, entre 2006 e 2021. Os setores com maior aumento proporcional na contração de trabalhadores com 50 anos ou mais foram Comércio (164%), Serviços (136%) e Indústria (96%).

Conforme mostra o estudo, dos postos ocupados por esse grupo, 38% foram preenchidos por pessoas com ensino médio completo e 24,6% com superior completo. O número de trabalhadores mais de 50 com mestrado e doutorado praticamente quintuplicou: de 26,4 mil profissionais para cerca de 150 mil.  
 

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LOC.: O número de pessoas acima de 50 anos no mercado de trabalho mais que dobrou nos últimos 15 anos. É o que aponta um levantamento do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial, o Senai. O estudo mostra que o número de trabalhadores com mais de 50 passou de 4 milhões e 400 mil em 2006 para 9 milhões e trezentos mil em 2021. Isso representa um aumento de 110,6%. 

No mesmo período, o número de brasileiros com mais de 50 anos aumentou 63,2%, saindo de 34 milhões, em 2006, para 55 milhões e quinhentas mil pessoas em 2021.O diretor-geral do Senai, Rafael Lucchesi, explica que a permanência de profissionais com mais de 50 anos no mercado está associada às mudanças no regime previdenciário e às necessidades de se obter remunerações compatíveis com o padrão de vida. 
 

TEC./SONORA: Rafael Lucchesi, diretor-geral do Senai

“Temos um enorme aumento da participação relativa de pessoas de mais de 50 anos no mundo do trabalho, que é uma tendência em todos os países pelo envelhecimento da população, mas ela é mais  acentuada no Brasil. E temos um problema agravante inter relacionado que é a dificuldade dos jovens conseguirem o  primeiro emprego, a carteira assinada.”
 


LOC.: Segundo Lucchesi, aproximadamente um terço dos jovens que estão na faixa etária entre 18 e 24 anos não estudam nem trabalham. 

TEC./SONORA: Rafael Lucchesi, diretor-geral do Senai

“Tudo isso coloca para nós uma reflexão sobre a importância de melhorar o sistema educacional, ter mais atenção ao projeto de vida dos jovens para que, no âmbito das suas vocações, eles possam se engajar melhor no mercado de trabalho é claro que isso tem impacto positivo sobre um conjunto de políticas: política de distribuição de renda; política para juventude: política de segurança pública.”
 


LOC.: Os setores com maior aumento proporcional na contração de trabalhadores com 50 anos ou mais foram Comércio, com 164%, Serviços, com 136%, e Indústria, com 96%.

Reportagem, Fernando Alves