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Uma análise feita pelo Banco Mundial sobre a oferta de cursos de tecnólogo na América Latina e no Caribe aponta que um egresso da graduação tecnológica tem melhor desempenho no mercado de trabalho do que alunos que começaram o curso de bacharelado e não concluíram. Sua taxa de desemprego é menor (3,8% contra 6,1%); a taxa de emprego formal é maior (82% contra 67%) e os salários, em média, são 13% mais altos.
Além disso, oito em cada dez egressos da graduação tecnológica do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) estão empregados no mercado formal. As áreas Automotiva, de Refrigeração e Climatização, Mineração, Energia, Automação e Mecatrônica e Metalmecânica tiveram as maiores taxas de empregabilidade. As informações constam na Pesquisa de Acompanhamento de Egressos 2019/2021.
O diretor de Educação e Tecnologia do Sesi e Senai Goiás, Claudemir José Bonatto, explica que o perfil de saída dos alunos no processo de aprendizagem está alinhado com as demandas e as tendências do mercado de trabalho.
“O mercado está contratando; e profissionais formados na área de tecnologia são requisitados pelas empresas, até por conta da necessidade que elas têm de profissionais muito bem preparados, muito bem qualificados, para que, dentro do seu processo produtivo, tornem a empresa muito mais competitiva.”
Um levantamento do Semesp, instituto que representa as mantenedoras do ensino superior no Brasil, revela que quase 3,5 milhões de alunos evadiram de universidades privadas no Brasil em 2021. A taxa de evasão chegou a 36,6%, a segunda maior de toda a série histórica, ficando atrás apenas do ano de 2020.
Segundo Claudemir José Bonatto, uma das vantagens dos cursos tecnólogos é que eles possuem duração de dois e três anos e têm o mesmo valor de ensino superior, assim como bacharelado e licenciatura tradicionais, que duram de quatro a seis anos.
“Por exemplo, cursos na área de redes, de manutenção industrial, de tecnologia, de logística, de sistemas; são profissionais que em dois anos e meio, três anos, já estão preparados para atuar no mercado de trabalho”, afirma.
Outra vantagem da graduação tecnológica é o custo das mensalidades, que são bem mais acessíveis, segundo Claudemir.
“Outro benefício é a interação durante todo o curso com o mundo do trabalho. Esse aluno, desde os primeiros semestres, já entra no ambiente da realidade da indústria. As práticas pedagógicas e os recursos didáticos utilizados no processo de formação simulam, ainda dentro das nossas faculdades, o ambiente real do mundo do trabalho. E essa relação da teoria com a prática o coloca muito mais preparado e habilitado para desenvolver a sua atividade com extrema competência”, acrescenta.
O presidente da Frente Parlamentar Mista da Educação, deputado Professor Israel Batista (PV-DF), destaca a importância da graduação tecnológica e, também, dos cursos técnicos de nível médio.
“Ambos são importantes para a formação para o mundo do trabalho e para a profissionalização. O ideal é alcançarmos a articulação do Ensino Técnico de Nível Médio com o Ensino Superior Tecnológico, por meio de estrutura curricular única com envolvimento do setor produtivo; buscando a centralidade no trabalho como princípio educativo e viabilizando a aquisição de saberes de forma mais flexível.”
Segundo dados mais recentes do Ministério da Educação, entre 2015 e 2019, o número de matrículas em cursos de graduação tecnológica passou de 1 milhão para 1,2 milhão, um crescimento de 9% ao ano a partir de 2017.
Apesar disso, a participação de alunos nesse tipo de curso ainda é pequena se comparado aos demais graus acadêmicos. Os tecnólogos representam 14,3% das matrículas, enquanto que bacharelado e licenciatura representam 66% e 19,7% respectivamente.
Claudemir Bonatto explica o motivo: “São cursos muito focados no desenvolvimento de competências específicas e exigidas naquele momento pelo mercado de trabalho. Então, naturalmente, a oferta e a procura não são tão grandes quando comparamos com as outras modalidades do ensino superior”.
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