LOC.: O tipo de câncer que mais mata mulheres no Brasil — o de mama — têm em outubro diversas ações para promover e estimular o diagnóstico precoce e o autocuidado para prevenir a doença. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), até 2025 devem ser diagnosticados cerca de 73 mil novos casos de câncer de mama no país. Uma doença que causa mais de 18 mil mortes por ano no Brasil.
Apesar da grande força que a campanha Outubro Rosa vem ganhando ao longo dos anos, uma pesquisa revela que seis em cada dez brasileiras dizem conhecer formas de prevenção contra o câncer de mama, mas o levantamento também mostrou que essas mulheres têm dificuldades em diferenciar o que é mito do que é verdadeiro acerca da doença. As conclusões são da pesquisa feita pela AC Camargo em parceria com a Nexus — Pesquisa e Inteligência de Dados.
Para a vice-líder do Centro de Referência em Tumores da Mama, Solange Sanches, problemas relacionados à informação ainda precisam ser resolvidos.
TEC/SONORA: Solange Sanches, vice-líder do Centro de Referência em Tumores da Mama
“A gente tem que rebater que nós temos que encontrar esse câncer de mama quando ele ainda não é palpável, e nisso, somente os programas de rastreamento — como a mamografia a partir dos 40 anos — que vão conseguir aumentar essas taxas de diagnóstico de câncer de mama antes que possa ser palpável o nódulo.”
LOC.: O levantamento ouviu mais de mil mulheres entre 16 e 60 anos. 59% delas disseram já ter feito o autoexame de toque e 53% das entrevistadas já fizeram uma mamografia. Mas a pesquisa revela que 28% nunca fizeram nenhum dos dois, sendo que 25% delas têm mais de 40 anos — justamente na faixa etária com maior incidência de risco da doença.
Os dados da pesquisa ainda mostram que mulheres adultas mais jovens, com menor renda, são as que apresentaram menor adesão aos check-ups de rotina, sobretudo as moradoras das regiões Norte e Centro-Oeste.
Entre os mitos e verdades questionados, perguntas como se amamentar diminui a chance de ter câncer de mama, se reposição hormonal pode causar a doença. A resposta correta é sim para as duas perguntas, mas menos da metade das entrevistadas sabia disso.
As entrevistadas também responderam sobre implantes de silicone e autoexame. Dois mitos sobre a doenças, já que o implante não aumenta as chances de desenvolver o câncer e o autoexame sozinho não é suficiente para garantir que a doença não surgirá.
Neste caso, a maior parte das mulheres estava corretamente informada sobre a doença. Mitos e verdade à parte, o importante é estar sempre atento e se prevenir, como faz a servidora pública Carolina Torelly, de Brasília.
TEC/SONORA: Carolina Torelly, servidora pública
“Independentemente desses mitos, o que a gente tem que estar sempre atento é aos sinais do nosso corpo. Não basta só fazer o autoexame, é importante também, uma vez por ano, principalmente depois dos 40, procurar um mastologista, fazer uma mamografia e estar sempre atento. O câncer de mama é muito traiçoeiro, a gente não consegue saber quando ele acontecer. Fazer esses exames podem fazer toda a diferença no tratamento.”
LOC.: Excesso de peso, falta de atividade física e consumo de bebidas alcoólicas, assim como fatores genéticos e endócrinos ou relativos à história reprodutiva, além da idade e da exposição à radiação ionizante, têm, sim, influência no aumento do risco de câncer.
Reportagem Livia Braz