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O Censo Escolar 2022, divulgado nessa quarta-feira (8), registrou um aumento de 1,5% no número de matrículas no ano passado, ao todo foram 47,4 milhões de estudantes matriculados na educação básica em mais de 178 mil escolas de todo o país, sendo 714 mil alunos a mais do que no ano anterior.
Segundo o levantamento, o crescimento no número de matrículas foi observado na maioria das etapas de ensino, com a retomada de patamares registrados antes da pandemia de Covid-19. As escolas particulares foram as que mais registraram expansão de matrículas (10,6%).
O responsável pela coordenação do Censo Escolar é o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), com a colaboração das secretarias estaduais e municipais de Educação, além da participação de escolas públicas e particulares de todo o território nacional.
O diretor de estatísticas educacionais do Inep, Carlos Eduardo Moreno, afirma que o Censo Escolar é uma forma de diagnóstico da educação brasileira para a promoção de políticas públicas adequadas para a população.
“Ele serve exatamente para o país ter um diagnóstico para poder formular, adequadamente, políticas e, além da formulação, o seu monitoramento. Além de ser utilizada pelo MEC para sua ação discricionária, como o PAR, Plano de Ações Articuladas”, observa.
Apesar do aumento no número de matrículas, a evasão escolar entre crianças e jovens de 4 a 17 anos continua em um patamar alto. Mais de um milhão de pessoas nessa faixa etária estão fora da escola, de acordo com o Censo.
A professora da Universidade de Brasília (UnB) e doutora em educação Catarina de Almeida Santos explica que o aumento do número de matrículas é reflexo da volta de alunos para as escolas particulares. No entanto, a evasão escolar no ensino público continua mesmo após o período de pandemia por fatores diversos.
“Esse é o nosso grande desafio: fazer com que os estudantes que dependem das escolas públicas, que precisam se matricular da creche ao ensino médio, possam voltar e ter vaga nos sistemas de ensino”, afirma a doutora em educação.
Em coletiva de imprensa na última quarta-feira (8) para a divulgação dos dados do Censo Escolar, o ministro da Educação, Camilo Santana, afirmou que é necessário pensar em políticas públicas para diminuir a evasão escolar e trazer os alunos de volta para a sala de aula.
“Nós precisamos de estratégias para permitir que essas crianças e jovens frequentem as escolas no país. Outro ponto que eu quero destacar é o regime de colaboração entre estados e municípios. Nenhuma estratégia e nenhuma política que não houver um regime de colaboração forte entre estados e municípios, com a coordenação do Ministério da Educação, dificilmente terá sucesso”, afirma o ministro.
Após recuo entre 2019 e 2021, as creches registraram um aumento no número de matrículas em 2022. Em comparação com o ano anterior, houve um crescimento de 8,9% na rede pública e de 29,9% nas creches particulares. Também aumentou o número de matrículas na pré-escola (3,9%).
A pesquisa revela que os anos iniciais do ensino fundamental, compreendidos entre o 1º e o 5º anos, são ofertados, em sua maioria, por redes municipais de ensino, o que representa 85,5% dos alunos da rede pública nessa etapa educacional, pouco mais de 10 milhões de estudantes. Já 18,9% dos alunos frequentam escolas particulares.
Nos anos finais do ensino fundamental (6º ao 9º ano), a responsabilidade é dividida entre estados e municípios. A rede estadual atende 4,8 milhões de estudantes (39,9%) e a rede municipal atende 5,3 milhões de alunos (44,4%). No ensino particular são 1,8 milhão de estudantes matriculados (15,5%).
Houve aumento de 1,2% no número de matrículas no ensino médio em 2022, foram registrados 7,9 milhões de matrículas. A pesquisa evidencia a rede estadual como a maior responsável por essa etapa de ensino, com 6,6 milhões de estudantes (84,2%), onde também se encontram a maior parte dos estudantes de escolas públicas (87,7%).
A rede federal representa 3% do total de alunos, com 232 mil estudantes matriculados. Já a rede particular possui cerca de 971,5 mil matriculados (12,3%). A maioria dos alunos dessa etapa de ensino estuda no período diurno (81,9%).
Houve uma queda nas matrículas na Educação de Jovens e Adultos (EJA). Em 2022 foram 2.774.428 matrículas contra 2.962.322 em 2021.
Segundo o Censo Escolar, houve um aumento nas matrículas na educação profissional. Em 2022, foram registradas 2.152.506 matrículas ante 1.892.458 em 2021.
No ensino fundamental, todas as escolas federais, 92,7% das estaduais, 78,1% das municipais e 98,7% das escolas particulares têm acesso à internet. Em relação à utilização dessa ferramenta no ensino e aprendizagem, o Censo aponta que 89,4% das federais, 77% das estaduais, 48,5% das municipais e 72,7% das particulares fazem uso da internet.
No ensino médio, todas as federais, 95,4% das estaduais, 96,3% das municipais e 99,5% das particulares têm conexão com a internet. No entanto, quando considerada a utilização desse meio para ensino e aprendizagem, 92% das federais, 77,7% das estaduais, 72,2% das municipais e 84,9% das particulares utilizam a ferramenta.
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