LOC.: Mais de 3,3 mil municípios enfrentam o desabastecimento de medicamentos em farmácias municipais, afetando tanto áreas remotas quanto grandes centros urbanos. A falta de estoque é generalizada, e vai desde medicamentos básicos a especializados. É o que aponta o estudo realizado pela Confederação Nacional de Municípios, CNM, realizado ao longo do ano de 2022. Esse estudo consolidou dados de 3.360 municípios e confirmou problemas com o desabastecimento em 82% deles.
A coordenadora do programa de saúde do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (IDEC), Ana Carolina Navarrete aponta que as causas do desabastecimento de remédios podem estar relacionadas tanto à produção quanto à aquisição e distribuição desses medicamentos.
TEC./SONORA: Ana Carolina Navarrete - coordenadora do programa de saúde do IDEC
“Quando a gente fala de produção, que são as causas relacionadas a fabricação de medicamentos, a primeira que a gente precisa falar, é sobre a falta que a gente tem hoje no Brasil de uma política estruturada de fortalecimento do complexo econômico industrial da saúde. Que é o conjunto de indústrias, fabricantes, distribuidores, química fina, entre outras, que trabalham para produzir medicamentos no Brasil.”
LOC.: O presidente da Frente Parlamentar pelos Pequenos e Médios Municípios, deputado federal Mário Heringer (PDT - MG), expõe que quando as pessoas não conseguem acesso aos medicamentos pelo poder público, elas precisam comprar o medicamento, o que reflete nas despesas diárias, diminuindo o dinheiro para comida, moradia e outras atividades.
TEC./SONORA: Mário Heringer - deputado federal (PDT - MG)
“A médio e longo prazo, precisamos investir mais em ciência e tecnologia, precisamos incentivar pesquisas relacionadas a indústrias farmacêuticas, qualificar e patrocinar treinamento de pessoal. O investimento na produção nacional é fundamental para melhorar os preços e ampliar a margem de negociação. Uma boa gestão na área da saúde é um outro caminho a ser percorrido.”
LOC.: De acordo com o estudo, dos 3.360 municípios que participaram da pesquisa, 1.392 optaram por compras emergenciais como solução de curto prazo, o que pode impactar negativamente o processo licitatório. Por outro lado, 1.249 gestões decidiram não adotar essa estratégia.
Reportagem, Sophia Stein