Data de publicação: 27 de Maio de 2022, 16:00h
LOC.: O Senado aprovou a medida provisória que autoriza a Câmara de Comércio Exterior, a Camex, a aplicar sanções comerciais unilaterais a países contra os quais o Brasil tem disputa pendente de julgamento de apelação na Organização Mundial do Comércio, a OMC. Após a aprovação no Senado na última terça-feira, a MP foi promulgada e virou lei.
Segundo o governo, a MP se justifica porque o Órgão de Apelação da OMC não funciona desde dezembro de 2019. O Executivo afirma que há casos em que a OMC decidiu a favor do Brasil em controvérsias com outros países, mas que essas nações adiam as consequências da condenação ao apelarem para um órgão que não está funcionando. Relator da MP no Senado, o senador Esperidião Amin (PP-SC), celebrou a aprovação da iniciativa.
TEC./SONORA: Esperidião Amin (PP-SC), senador
“Esta medida provisória é uma medida que pode ser resumida numa palavra: patriotismo. O Congresso está dando à diplomacia brasileira, na qual nós podemos confiar, a realidade mostra isso, poder de negociação, autorizando-a defender o interesse do Brasil”.
LOC.: Como a medida permite que o Brasil coloque em prática as vitórias na OMC que estão paradas, ela vai valer apenas enquanto o órgão não voltar a funcionar.
Segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI), cerca de US$ 3,7 bilhões em exportações brasileiras envolvem disputas contra outros países, que não aceitaram negociar uma arbitragem alternativa.
De acordo com a MP, cabe à Camex suspender concessões e outras obrigações contra o país membro da OMC que recorreu ao órgão de apelação da entidade. Após notificar o país, o governo brasileiro deve esperar 60 dias antes de retaliar. Na prática, as sanções serão o último recurso para o caso de os países derrotados na OMC se recusarem a cooperar com o Brasil.
Reportagem, Felipe Moura.