Data de publicação: 10 de Agosto de 2021, 20:50h, Atualizado em: 01 de Agosto de 2024, 19:34h
A pandemia da Covid-19 provocou, na sociedade, um comportamento de isolamento entre os indivíduos. Porém, da ótica da solidariedade, é possível dizer que houve, na verdade, uma integração. No mundo corporativista não foi diferente, sobretudo no que diz respeito à atuação de empresas ligadas ao setor de mineração.
Exemplos de implementação de atividades voltadas para a governança social e ambiental, assim como recursos revertidos em trabalhos socioeducativos nas comunidades foram abordados no primeiro dia do 6º. Mineração &/X Comunidades, promovido pela Brasil Mineral, realizado nesta terça-feira (10).
Na ocasião, o presidente do Sindimiba e da Largo Resources, Paulo Misk, pontuou que a companhia investiu, durante a pandemia, na capacitação dos colaboradores. Além disso, houve um foco na contratação de moradores de localidades baianas próximas à instalação, e aplicação de dinheiro em cursos e atividades desportivas e culturais nessas comunidades.
“Nós também fizemos um trabalho muito forte junto à comunidade. Não só campanhas educativas, mas também doação de kits, teste de Covid-19, doação de ventiladores. Doamos cestas básicas para que as pessoas pudessem ficar em casa, tendo o que servir aos filhos. Doamos EPIs às prefeituras, mais especificamente para equipes de saúde que tinham algum contato com a população. Foi um trabalho muito intenso”, destacou.
O Sindimiba é o Sindicato das Indústrias Extrativas de Minerais Metálicos, Metais Nobres e Preciosos, Pedras Preciosas e Semipreciosas e Magnesita no Estado da Bahia. Já a Largo Resources é uma empresa do mesmo estado que atua na extração de vanádio.
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O evento também contou com a presença do diretor de assuntos corporativos da plataforma de fundos de investimento em mineração Appian Brasil, Sílvio Lima. Segundo ele, a pandemia mostrou que o ser humano é adaptável em momento de situações adversas, e que essa mutabilidade é aplicada às empresas do setor mineral, que têm buscado uma proximidade maior com causas sociais.
“Os investimentos sociais e a nossa forma de agir precisam ser observados pela ótica de quem recebe o investimento. Intenção não implica em resultado. Reconhecer a vulnerabilidade é uma forma de multiplicar força e não de demonstrar fraqueza. E, definitivamente, o poder econômico não é preponderante no sucesso de ações de investimento social”, explicou.
Empresa, colaborador e comunidade
Durante o evento, o diretor-presidente da Mineração Caraíba, mineradora situada no norte da Bahia, Manoel Valério afirmou que a consideração do setor mineral como atividade essencial foi um fator que levou as companhias a ampliarem sua responsabilidade social. Sobre isso, Valério ressalta que esse ponto exaltou o foco na consciência dos colaboradores, que precisavam levar esse comportamento à comunidade em que viviam.
“Nós começamos a atuar em dois pilares muito fortes: confiança e transparência. Nós tínhamos que nos aproximar. Trabalhamos com três unidades operacionais, em três municípios. Então, tínhamos contato toda semana. Perguntávamos o que eles estavam fazendo e informávamos o que estávamos fazendo. Queríamos saber o que precisava ser trabalhado para que conseguíssemos superar esse momento, não só dentro da companhia, mas em todo o território”, destacou.
Vice-presidente de sustentabilidade e estratégia da empresa global de mineração Nexa Resources, Felipe Guardiano também participou do evento e, na ocasião, disse que a colaboração das empresas de mineração foi além de doações e dicas de como se prevenir da Covid-19.
“Tem muita questão logística e de gestão e outras para as quais estamos preparados, porque tivemos treinamento para isso. Mas se formos em um posto de saúde vamos encontrar a mesma capacidade de gestão para administrar uma pandemia? Talvez não. E, talvez possamos ajudá-los a fazer isso. Eu acho que existiu muita colaboração da nossa parte, entre empresa e município, porque tínhamos um problema em comum”, pontuou.
O 6º. Mineração &/X Comunidades é um evento promovido pela Brasil Mineral e conta com a participação de empresários e especialistas. A ideia é promover ideias de ações já desenvolvidas e futuras iniciativas que visam integrar o setor de mineração às comunidades.
A programação segue nesta quarta-feira (11), com a presença de nomes como Fábio Giusti e Maria Green (do Cetem), Ivan Simões (da Anglo American), Gilberto Azevedo (da Kinross), Marcelo Dutra (da Bamin) e Rogério Moreira (da AMIG – Associação dos Municípios Mineradores de Minas Gerais e do Brasil). O evento terá início às 14h e poderá ser acompanhado pelo canal da Brasil Mineral no YouTube.