Foto: Companhia Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM)/Divulgação
Foto: Companhia Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM)/Divulgação

Minério de ferro atrai novos investimentos para Bahia

Valorização dos preços do mineral e do dólar, e novas operações comerciais no estado influenciaram no faturamento das mineradoras baianas: R$ 5 bilhões, no primeiro semestre de 2021

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Segundo dados  da Agência Nacional de Mineração (ANM), a valorização do minério de ferro e a alta do dólar contribuiram para que as mineradoras baianas registrassem aumento no faturamento, além de tornar o estado atraente para investimentos. 

Nos primeiros sete meses de 2021, o faturamento das companhias atingiu a marca dos R$ 5 bilhões, contra os R$ 2,9 bilhões obtidos no mesmo período de 2020, o que corresponde a um crescimento de 73% na receita. 

Muito desse crescimento no faturamento deve-se à entrada da BAMIN, que iniciou operação comercial em janeiro deste ano e pretende transformar a Bahia no terceiro maior estado produtor de minério de ferro do Brasil, tendo apresentado um crescimento na produção de quase 900% no primeiro semestre de 2021, em relação ao mesmo período de 2020 (ANM). 

Atualmente, os três estados que mais produzem minério de ferro são Pará, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul. “Nós estamos apenas raspando a superfície. A Bahia tem um potencial que vai muito além da BAMIN”, afirma Eduardo Ledsham, presidente da mineradora.

A Brazil Iron também já produz minério de ferro na Bahia e outras duas estão em processo de instalação – Tombador Iron e Colomi Iron – e novas áreas com potencial para produção de minério de ferro seguem sendo prospectadas pela Companhia Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM) e pela Companhia Vale do Paramirim. 

“Estudos realizados pela CBPM mostram que o centro-oeste baiano, onde fica Caetité, é rico em minério de ferro, urânio e outros minerais. Na esteira da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (FIOL), a CBPM já trabalha para atrair mais investimentos para oportunidades identificadas na região e, também, em estudos de novas jazidas minerais a 100 km de distância de cada lado dos trilhos”, afirma Antonio Carlos Tramm, presidente da CBPM. 

Os trilhos da primeira etapa da FIOL vão de Caetité ao Porto Sul e devem colocar a Bahia no seleto grupo de exportadores nacionais de minério de ferro, commodity que representa aproximadamente 4% do PIB brasileiro. 

O bom resultado do setor também representa um incremento de receitas para os municípios com produção mineral, que recebem 60% da CFEM (Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais), a contribuição paga pelas mineradoras. Até julho de 2021 a contribuição referente a todos os minérios produzidos no estado cresceu 88%, indo de R$ 47,6 milhões para R$ 89,2 milhões, em relação ao mesmo período de 2020. 

Com exceção das pedras preciosas, não dá para fazer mineração com caminhão e, por isso, além da FIOL, a Bahia tenta garantir investimentos para os trechos baianos da Ferrovia Centro-Atlântica (FCA/VLI), que está pleiteando renovação do contrato de concessão por mais 30 anos, sem que antes aponte quais investimentos foram realizados nos últimos 25 anos de outorga e quais projetos e melhorias serão implementados no futuro.
 

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