LOC.: Os bloqueios em diferentes estradas do país continuaram nesta terça-feira, mesmo depois que o Supremo Tribunal Federal (STF) determinou, na noite de segunda (31), que as vias fossem liberadas. A Polícia Rodoviária Federal e as polícias militares dos estados estão escaladas e agem desde o começo da terça para desbloquear os pontos, que se concentram em 22 estados e no Distrito Federal.
A maior preocupação é com relação ao desabastecimento de produtos alimentícios, cargas vivas e combustíveis, que estão parados nos bloqueios das estradas. De acordo com representantes do setor produtivo, as linhas de produção de carnes estão desacelerando e existe uma potencial chance de que a produção seja suspensa, ainda segundo esses representantes, animais, rações e produtos refrigerados estão parados em pontos de bloqueio. E os veículos que se dirigem aos portos do país estão com dificuldades em acessar esses pontos.
Um dos estados com mais pontos de bloqueio, Santa Catarina, é também um dos maiores produtores de proteína animal do país e já começa a sofrer com os bloqueios. O vice-presidente da Federação de Agricultura e Pecuária de Santa Catarina (FAESC), Enori Barbieri, fala sobre as dificuldades que os produtores já começam a sentir.
TEC./SONORA:
“Nós temos uma estrutura em Santa Catarina, de pequenas propriedades, poucas rodovias, e uma produção muito grande de suínos, aves e leite que são produtos muito perecíveis, pela falta de comida, já que não chega o caminhão, ou pela retirada do leite.”
LOC.: Em nota, a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) afirmou na segunda-feira (31) que as paralisações de rodovias por caminhoneiros que ocorrem em vários locais do país podem gerar desabastecimento e impactar a cadeia produtiva. A bancada ressaltou que respeita o direito à manifestação, mas pediu que as rodovias sejam liberadas para cargas vivas, ração, ambulâncias e produtos de primeira necessidade. A Confederação Nacional da Indústria, também por nota, se posicionou contrariamente a qualquer movimento que comprometa a livre circulação de trabalhadores, o transporte de cargas e que provoque prejuízos diretos no processo produtivo e na vida dos cidadãos.