LOC.: A regulamentação do mercado de carbono foi aprovada por unanimidade, com apoio de diferentes setores políticos e econômicos, na Comissão de Meio Ambiente do Senado. Para o setor industrial, a implementação desse mercado é um dos principais pontos para o desenvolvimento de uma economia de baixo carbono. O gerente-executivo de Meio Ambiente e Sustentabilidade da Confederação Nacional da Indústria, a CNI, Davi Bomtempo, argumenta que o texto aprovado aproxima o Brasil da discussão sobre o mercado de carbono em vários países.
TEC./SONORA: Davi Bomtempo, gerente-executivo de Meio Ambiente e Sustentabilidade da Confederação Nacional da Indústria
“O Brasil começa a entrar em uma fase de política pública, desenho institucional para que a gente possa avançar no mercado de carbono mais implementado e eficiente que seja conectado com o mercado internacional e o mais importante que isso seja feito por lei para que a gente possa ter clareza e segurança jurídica para quem quiser operar e fazer negócios aqui no Brasil.”
LOC.: O projeto foi aprovado na última quarta-feira (4), após acordo da relatora, senadora Leila Barros, do PDT do Distrito Federal, com a bancada do agronegócio para tirar o setor do Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões de Gases de Efeito Estufa. Caso não haja recurso, a proposta será enviada para análise da Câmara.
A senadora Tereza Cristina, do PP do Mato Grosso do Sul, é membro da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) e ex-ministra da Agricultura. Ela afirmou que a frente e a bancada do agronegócio estão muito confortáveis com a aprovação da proposta. O líder do governo no Senado, senador Jaques Wagner, do PT da Bahia, destacou o diálogo entre os diferentes atores para chegar ao texto aprovado.
TEC./SONORA: senador Jaques Wagner (PT-BA)
“A matéria ainda vai para Câmara, havendo mudanças voltará ainda para essa Casa, evidentemente que o gosto do governo seria poder levar a posição de que a gente chegou à uma evolução, mesmo que não definitiva, para a COP de novembro, não sei se será possível, depende um pouco da Câmara. Mas eu quero dizer que, de qualquer forma, isso aqui é um avanço grande."
LOC.: Segundo nota técnica divulgada pela Câmara dos Deputados, a criação do mercado regulado de carbono é uma oportunidade para fortalecer a competitividade brasileira no mercado internacional. De acordo com o documento, 48% da matriz energética brasileira tem participação de fontes renováveis, enquanto a média mundial é de 15%. Esse percentual chega a 83% no Brasil considerando apenas a matriz elétrica, contra 29% no restante do mundo. Além disso, o mercado de carbono deve contribuir para o Brasil cumprir compromissos climáticos.
Reportagem, Fernando Alves