Foto: Reprodução/Secretaria de Energia e Mineração de São Paulo
Foto: Reprodução/Secretaria de Energia e Mineração de São Paulo

Mercado de carbono pode ser oportunidade para empresas de mineração

Mercado deve exigir cada vez mais postura sustentável das empresas. Debate aconteceu durante 8º Encontro Nacional de Média e Pequena Mineração

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Cada vez mais o mercado consumidor demanda das empresas uma postura sustentável, exigência que passa pela neutralização das emissões de carbono em todas as áreas. Apesar da mineração responder por apenas 1,3% das emissões totais de carbono do país, essa exigência está chegando ao setor, como explica a secretária de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Goiás, Andréa Vulcanis.

“Como essa neutralização do carbono, esse objetivo é demarcado na produção do minério até que vire um insumo, produto final. Isso vai ser uma exigência de mercado, mais cedo ou mais tarde, é uma questão de tempo. Então o mercado da indústria da mineração precisa se preparar para esse processo, isso é uma questão meramente de tempo, como já começou a exigir para soja, para o boi. O minério é o próximo da vez, onde toda a linha de rastreabilidade vai ser exigida”, explica Vulcanis durante painel do 8º Encontro Nacional de Média e Pequena Mineração sobre o tema.

No Brasil, o mercado de carbono ainda não está regulado, mas projetos com esse objetivo estão em discussão no Congresso Nacional. Dentre eles, está o PL 2148/2015, em análise na Câmara dos Deputados. A proposta, entre outros pontos, estabelece redução de tributos para produtos adequados à economia verde de baixo carbono. No Senado, o PL 412/2022 regulamenta o Mercado Brasileiro de Redução de Emissões. O texto prevê mecanismos de mercado que permitam alcançar metas de redução de emissões de gases prejudiciais.

Sobre essa regulamentação, o presidente da GEOS Geologia para Mineração. Elmer Prata, destaca que é necessário que o setor esteja atento a esse movimento. “Dois alertas eu coloco aqui: primeiro o estabelecimento das metas de emissões, se essas metas são muito altas podem interromper o crescimento econômico.E se as taxas que acompanham essas metas também forem muito altas podem criar um problema sério para qualquer indústria, incluindo a indústria de mineração. Então  acho que está na hora de a  indústria de mineração realmente acompanhar a regulamentação desse assunto no Brasil“, ponderou.

Neste contexto, a regulação do mercado de carbono também pode trazer diversas chances à indústria mineradora, como analisa o vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado de Goiás (FIEG), Flávio Rassi. 

“A gente pode gerar crédito de carbono com a melhoria e mudança dos nossos processos, o uso de fertilizantes naturais e rochagem também pode gerar créditos de carbono por intemperismo — é um estudo novo. A gente tem acesso a financiamento verde, muitos fundos globais, muito dinheiro internacional pode ser trazido para o Brasil a gente usando processos produtivos mais sustentáveis, com menos emissão de carbono, isso é uma grande oportunidade”, enumera. 

Rassi também cita como vantagens de uma indústria mais sustentável a melhoria da imagem corporativa e a participação das indústrias em programas governamentais, inclusive por meio de parcerias público-privadas, que podem servir como forma de diversificar as receitas do setor.

O debate sobre o tema aconteceu durante um dos painéis do 8º Encontro Nacional de Média e Pequena Mineração, que acontece até a próxima quinta-feira (29), em Goiânia.

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