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A Sondagem Especial Indústria e Energia, realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), aponta que 56% das indústrias que operam no mercado cativo têm interesse em migrar para o mercado livre de energia a partir de 2024. Atualmente, pouco mais de 10 mil empresas do setor industrial operam nesse modelo de energia.
O professor de energia elétrica da Universidade de Brasília (UnB) Ivan Camargo explica que o mercado cativo é aquele em que a energia é comprada junto às concessionárias. Já o mercado livre, de acordo com o professor, é o modelo em que os consumidores maiores de energia, como as indústrias, negociam diretamente com as empresas geradoras ou distribuidoras de energia.
“A legislação define que esse processo das indústrias aderirem ao mercado livre é sempre definido pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica). Em geral tem limites de potência. Então, hoje, só os grandes consumidores podem aderir ao mercado livre. A tendência é que as exigências caiam, de forma que mais gente entre no modelo de mercado livre”, explica Camargo.
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De acordo com o levantamento feito pela CNI, 59% das grandes empresas obtêm fornecimento do mercado livre, sendo 52% exclusivamente por essa modalidade. Entre as empresas de médio porte, somente 25% estão no mercado livre. Já entre as empresas de pequeno porte esse número é ainda menor, somente 6%. A pesquisa foi realizada em outubro de 2022 e participaram 2.016 empresas.
Especialista em energia da CNI, Roberto Wagner Pereira comenta a Portaria nº 50 de 2022 do Ministério de Minas e Energia (MME), que prevê que empresas de enquadramento tarifário de alta tensão possam migrar para o mercado livre a partir de 1º de janeiro de 2024.
“Isso equivale, hoje, a um potencial de 45 mil empresas que vão estar aptas para migrar para esse mercado. A principal vantagem do mercado livre é que, em vários casos, a gente consegue ter economia de preço de energia até 20% do custo”, afirma o especialista.
A sondagem também evidencia que 78% das indústrias brasileiras têm como principal fonte a energia elétrica. Entre as demais fontes consumidas pelo setor estão o óleo diesel (4%), gás natural (4%), lenha (3%) e bagaço de cana (2%).
O custo total de produção das indústrias, levando em consideração o aumento médio percentual dos gastos com energia elétrica foi de 13%. A pesquisa aponta que 75% das empresas disseram que esse aumento teve impacto direto sobre seus custos, sendo médio ou alto para 40% dessas indústrias.
Segundo dados fornecidos pelo levantamento, as indústrias têm dado mais atenção a medidas que envolvem eficiência energética. Boa parte das empresas (52%) investiram em máquinas mais eficientes. Entre as grandes indústrias esse percentual é maior (63%).
Além disso, um quinto das indústrias planeja diversificar as fontes de energia. De acordo com a CNI, essa medida possibilita a redução da insegurança energética das plantas industriais e permite combinar diferentes fontes de energia resultando em maior eficiência de produção ou custos.
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