LOC.: O senador Efraim Filho, do União da Paraíba, disse nesta segunda-feira (8) que ele e outros líderes partidários vão pedir ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, que devolva ao governo a MP que reonera gradualmente a folha de pagamento de setores da economia.
TEC./SONORA: senador Efraim Filho (União-PB)
"A edição da medida provisória foi uma tentativa de o governo impor uma agenda para a qual ele não tinha votos para sustentar em plenário. O encaminhamento que vamos levar na reunião é de devolução da medida. Seria a decisão técnica e política mais acertada."
LOC.: Em vigor desde 2012, a desoneração permite que as empresas de 17 setores da economia paguem ao governo de 1% a 4,5% sobre o faturamento em vez de 20% sobre a folha de salários para o INSS. O mecanismo acabaria em 2023, mas o Congresso o prorrogou por mais quatro anos.
Contrariado, o Executivo editou medida provisória que acaba com a desoneração para oito setores. O texto obriga que, a partir de abril, eles voltem a contribuir com o equivalente a 20% da folha para o INSS.É o caso do setor têxtil e de confecção. Segundo Fernando Pimentel, diretor superintendente da Associação Brasileira da Indústria que representa esses setores, a Abit, a decisão do governo preocupa.
TEC./SONORA: Fernando Valente Pimentel, diretor-superintendente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit)
"Isto onera as empresas. Se onera a produção, isso tende a gerar inflação. Se tende a gerar inflação, tende a diminuir o consumo. Se tende a diminuir consumo, tende a diminuir a produção, e diminuição de produção, automaticamente, significa menos contratações ou [mais] demissões."
LOC.: As empresas dos outros nove setores foram divididas em dois grupos. Nesse caso, elas também voltarão a pagar 20% da folha para a Previdência, mas só em 2028. Até lá, a tributação crescerá ano a ano, começando entre 10% e 15% já em 2024.
Reportagem, Felipe Moura.