Foto: Marcello casal Jr/Agência Brasil
Foto: Marcello casal Jr/Agência Brasil

Lideranças quilombolas na microrregião de Alto Médio Canindé fazem apelo para quilombos serem vacinados contra a Covid-19

Onda de fake news sobre a vacina tem dificultado a imunização entre os quilombolas da região piauiense

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O Plano de Imunização Quilombola contra a Covid-19 já foi iniciado na microrregião de Alto Médio Canindé, no Piauí. A região abrange outros 23 municípios e é a segunda maior do estado com população quilombola: segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), existem 20.469 habitantes. A meta da microrregião é vacinar todos os quilombolas maiores de 18 anos. Segundo vacinômetro divulgado pelo Ministério da Saúde, 6.157 quilombolas locais tomaram a primeira dose e 990, a segunda. 

Fazem parte da microrregião de Alto Médio Canindé os municípios de Simões, Paulistana, Jacobina do Piauí, Queimada Nova, Patos do Piauí, Betânia do Piauí, Isaías Coelho, São João do Piauí, Pedro Laurentino, Campinas do Piauí, Campo Grande do Piauí, Itainópolis, Acauã, Campo Alegre do Fidalgo, Caridade do Piauí, São Francisco de Assis do Piauí, Lagoa do Barro do Piauí, Vera Mendes, Curral Novo do Piauí, Nova Santa Rita, Bela Vista do Piauí, Belém do Piauí e Conceição do Canindé.

A coordenadora do Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde, Francieli Fantinato, explica a importância da vacina nos grupos prioritários. “As comunidades quilombolas são populações que vivem em situação de vulnerabilidade social. Elas têm um modo de vida coletivo, os territórios habitacionais podem ser de difícil acesso e muitas vezes existe a necessidade de percorrer longas distâncias para acessar os cuidados de saúde. Com isso, essa população se torna mais vulnerável à doença. Então, é um grupo que foi inserido na vacinação em virtude de ter uma vulnerabilidade maior, quanto pela complicação e óbito pela doença.”

A coordenadora de Imunização de Simões, Bárbara Cruz, reforça a questão. Segundo ela, por se tratar de uma população vulnerável habitando em uma região extensa, a imunização contra a Covid-19 é indispensável. “É de extrema importância a vacinação dos quilombolas. 99% deles moram na comunidade, mas têm aqueles que trabalham ou estudam zona urbana e voltam para a zona rural aos finais de semana, correndo o risco de trazer o vírus da contaminação para os demais do assentamento” alertou a coordenadora.
 
Ainda de acordo com o (IBGE), dos 23 municípios da microrregião, Simões é o segundo município do Piauí com o maior número de quilombos. Daí a importância da vacina. São 3.250 quilombolas morando em uma das cinco comunidades, sendo elas: Veredão, Belo Monte, Amparo, Serra dos Rafaéis e Serra da Mata Grande. 
 
Apesar da mobilização de lideranças quilombolas em prol da vacina contra a Covid-19, a onda de fake news sobre o imunizante tem dificultado o Plano de Imunização local. Nesse sentido, a líder quilombola da comunidade Veredão, Coleta de Sousa, faz um apelo. “Pelo amor de Deus, vamos vacinar, vamos acabar com essa resistência. Não se deixe enganar por pessoas que querem ver a gente morrendo, quer ver a gente sofrendo. Essa vacina não mata, ela cura, é esperança, é a salvação de nós, brasileiros, é a esperança que o Brasil está precisando para poder continuar a viver normalmente” afirmou Coleta.
 
Foto Arquivo Pessoal: Marilza Barbosa

Proteja-se

Se você sentir febre, cansaço, dor de cabeça ou perda de olfato e paladar procure atendimento médico. A recomendação do Ministério da Saúde é que a procura por ajuda médica deve ser feita imediatamente ao apresentar os sintomas, mesmo que de forma leve. Após a vacinação, continue seguindo os protocolos de segurança: use máscaras, lave as mãos com frequência com água e sabão ou álcool 70%; mantenha os ambientes limpos e ventiladores e evite aglomerações.

Vacinação no Piauí

De acordo com painel divulgado pelo Ministério da Saúde, o estado recebeu 1.694.790 doses da vacina contra a Covid-19. Desse número, mais de 17 mil foram destinadas para a população quilombola. Segundo dados da pasta, até o fechamento desta reportagem, 15.085 dos quilombolas tomaram a primeira dose do imunizante e 2.737 receberam a dose de reforço. A vacina é segura e uma das principais formas de prevenir o novo coronavírus. Fique atento ao calendário de imunização do seu município. Para saber mais sobre a campanha de vacinação em todo o país, acesse gov.br/saude

Serviço

Quilombolas que vivem em comunidades quilombolas, que ainda não tomaram a vacina, devem procurar a unidade básica de saúde do seu município. Para mais informações, basta acessar os canais online disponibilizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Acesse o portal gov.br/saude ou baixe o aplicativo Coronavírus – SUS. Pelo site ou app, é possível falar com um profissional de saúde e tirar todas as dúvidas sobre a pandemia.

Veja como está a vacinação Quilombola no seu município

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