LOC.: O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, IPCA-15, foi de 0,69% em março. A variação foi divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, IBGE, nesta sexta-feira (24). O IPCA-15 apresentou uma desaceleração na comparação com fevereiro quando registrou índice de 0,76%. O indicador acumulado em 12 meses também caiu, de 5,63% para 5,36%.
O doutor em economia e professor da Universidade Mackenzie Hugo Garbe explica que o IPCA-15 permanece elevado nos primeiros três meses do ano devido ao cenário de inflação.
TEC./SONORA: Hugo Garbe, doutor em economia e professor da Universidade Mackenzie
"O Banco Central tem mantido as taxas de juros básicas em 13,75% ao ano. Justamente pelo receio da pressão inflacionária. O aumento dos tributos tem também impactado no processo de inflação."
LOC.: De acordo com o IBGE, dentre os grupos de produtos e serviços pesquisados, o maior impacto foi do grupo de transportes, com alta de 1,5%, puxada pelo aumento nos preços da gasolina após a retomada da cobrança de tributos federais. No grupo habitação, o destaque foi a energia elétrica residencial, com variação de 2,85%, por causa da volta do recolhimento do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços, o ICMS.
Para o mestre e doutorando em economia Benito Salomão, a inflação tem dado trabalho para a política monetária, principalmente no cenário de reajuste de impostos sobre combustíveis.
TEC./SONORA: Benito Salomão, mestre e doutorando em economia
"Isso deve continuar ‘pesando’ por alguns meses. De forma que não há perspectiva de afrouxamento da política monetária a curto prazo. É preciso esperar esse choque dissipar."
LOC.: A inflação brasileira também continua alta em itens de alimentação, vestuário, educação e despesas pessoais. Por isso, a tendência é que a variação do IPCA-15 se mantenha nos próximos meses.
Reportagem, Nathália Guimarães.