LOC.: O Índice de Preços ao Consumidor Amplo-15, em fevereiro, foi de 0,76%. Com isso, o resultado ficou 0,21 ponto percentual acima do registrado em janeiro deste ano, quando o indicador foi de 0,55%. Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, apenas um recuou, no caso, vestuário.
O índice é divulgado mensalmente e leva em conta os seguintes grupos de gastos: alimentação e bebidas, habitação, artigos de residência, vestuário, transportes, saúde e cuidados pessoais, despesas pessoais, educação e comunicação. O economista Newton Ferreira enumera os produtos e serviços que empurraram o índice para cima.
TEC./SONORA: economista Newton Ferreira
“Dos nove grupos pesquisados, oito tiveram alta, puxados por educação, que foi 0,36 ponto percentual, em seguida habitação com 0,10 ponto percentual, e alimentação e bebidas com 0,08 ponto percentual. Só esses três representaram 0,44 ponto percentual de 0,76, ou seja, 58% dessa variação. Isso pode estar sinalizando que, quando for divulgado o IPCA de fevereiro, vai mostrar a pressão sobre o índice. Isso mostra que a política da taxa de juros do Banco Central não está fazendo efeito sob a inflação.”
LOC.: Essa inflação, inclusive, é sentida pelos comerciantes, que acabam tendo que trabalhar com margens mais estreitas de lucro, como é o caso do empresário Paulo Henrique Gomes, proprietário de um restaurante em Brasília.
TEC./SONORA: Paulo Henrique Gomes, empresário
“O aumento do preço de bebidas e alimentos vem refletindo bastante nos gastos que a gente está tendo aqui atualmente, ainda mais com o período de chuva, muitas verduras aumentaram o preço, e é algo que está diminuindo realmente a nossa margem, contando que, se a gente repassar esse aumento no produto que a gente vende, nos alimentos, os clientes não ficam felizes. Então a gente sofre bastante com esse aumento de preço, cada vez mais a cada mês.
LOC.: Já o consumidor final sente a junção de todos esses aumentos no mês e nem sempre a conta fecha. A professora Samita Barbosa tem uma filha e compartilha a experiência de comprar o material escolar neste ano.
TEC./SONORA: Samita Barbosa, professora
“A gente percebe esse aumento na prática. Esse ano tive que optar por alguns itens porque o aumento final da lista dava um preço absurdo, e tive que escolher o básico, essencial, que ela ia precisar durante o ano. Na escola também, na hora de receber os materiais, a gente percebe que nem todos os estudantes compram a lista completa. Com esse aumento, juntando com outros, a gente tem que priorizar mais a alimentação, e outras coisas. O que a gente pode ir cortando, a gente foi cortando.”
LOC.: O IPCA-15 é uma prévia da inflação. Os preços foram coletados no período de 13 de janeiro a 10 de fevereiro de 2023.
Reportagem, Janine Gaspar