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LOC.: Na primeira quadrissemana de setembro, o Índice de Preços ao Consumidor Semanal, medido pela Fundação Getúlio Vargas, registrou queda de 0,20%. O resultado reforça a tendência de desaceleração da inflação, depois das altas observadas em julho. O levantamento mostrou que cinco das oito classes de despesa registraram acréscimos em suas taxas de variação.
Na composição do índice, Habitação foi o destaque de baixa. Os grupos que apresentaram acréscimo nas suas taxas de variações foram Educação, Leitura e Recreação, Alimentação, Transportes e Vestuário.
Segmentos como Despesas Diversas e Saúde e Cuidados Pessoais apresentaram recuo em suas taxas, enquanto Comunicação apresentou estabilidade.
De acordo com o economista César Bergo, o movimento confirma que a inflação vem cedendo de forma gradual, mas em velocidade menor que no início do processo. Ele avalia que, apesar de pressões pontuais, os preços começam a se acomodar “dentro de um certo controle”.
TEC./SONORA: Cesar Bergo, economista
“Isso mostra que a inflação, embora ela venha apresentando uma queda gradativa, ela está diminuindo a sua velocidade. Então, isso pode ter um certo impacto nas próximas semanas, a gente vai verificando, mas o importante é que vem atingindo um patamar em que eu coloco os preços de alguma forma dentro de um certo controle."
LOC.: A expectativa é de que, nas próximas semanas, a inflação mantenha o ritmo de queda e até registre episódios de deflação, o que poderia ampliar o poder de compra das famílias até o fim do ano.
Bergo destaca ainda que fatores externos, como as tarifas impostas pelos Estados Unidos, trouxeram impacto:
TEC./SONORA: “Com relação à questão americana, o impacto foi grande, sobretudo em algumas capitais do Nordeste e também do Norte, que tiveram uma perda nas exportações, mas no Brasil, como um todo, o impacto não foi tão grande como se esperava, mas, de todo modo, é ainda uma incógnita, é um peso grande no tocante às exportações brasileiras, em que a negociação, a diplomacia, não está fazendo efeito, mas o Brasil tem conseguido novos mercados."
LOC.: O cenário político chama atenção, devido ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro que pode influenciar a postura americana em relação a novas sanções comerciais contra o Brasil.
No acumulado de 2025, o IPC-S registra alta de 2,41% e, em 12 meses, avanço de 2,90%, mantendo a inflação sob controle em meio às incertezas externas e internas.
Reportagem, Mariana Ramos