LOC.: Em outubro, foram notificados 35 novos casos de Zika no estado de São Paulo. No acumulado do ano, foram 892 registros, de acordo com a Secretaria de Saúde do estado. O vírus da Zika, transmitido pela picada do Aedes aegypti, ainda tem relação com a ocorrência de microcefalia no Brasil, doença que registrou mais de 1.900 casos entre 2015 e 2022, conforme aponta o Ministério da Saúde.
A infectologista Marina Pedrosa explica que mulheres grávidas contaminadas com o vírus da Zika podem transmitir a malformação congênita para os bebês, quando eles ainda estão no útero.
TEC./SONORA: Marina Mascarenhas Roriz Pedrosa, infectologista do hospital Encore, de Goiânia
“A condição da microcefalia que o vírus da Zika pode causar nas crianças uma série de problemas de saúde, como atraso de desenvolvimento, deficiência intelectual, problemas motores e neurológicos. Então são crianças que acabam tendo muita dependência e precisam de muito suporte para o seu desenvolvimento.”
LOC.: Para evitar essas doenças, o Centro de Desenvolvimento e Inovação, CDI, do Instituto Butantan está desenvolvendo uma vacina contra o Zika. O imunizante é composto pelo vírus inativado, mais seguro para aplicação em gestantes, segundo o Instituto.
O vice-diretor do CDI, Renato Astray, informa que é importante prevenir que o vírus se multiplique em abundância na gestante infectada e evitar que ele passe a barreira placentária, para não chegar ao feto.
TEC./SONORA: Vice-diretor do Centro de Desenvolvimento e Inovação (CDI) e diretor do Laboratório Multipropósito do Butantan, Renato Astray
“Para que isso aconteça, basicamente essa vacina tem que induzir uma boa quantidade de anticorpos neutralizantes, que são aquelas proteínas que vão se ligar ao vírus e vão impedir que ele se ligue às células e que infecte outras células.”
LOC.: Segundo ele, o desenvolvimento da vacina está na segunda fase, em que já existe um protótipo e uma maneira de produzir a vacina. O próximo passo é dar início aos testes pré-clínicos, que são de toxicidade, para verificar a tolerabilidade e possíveis reações. Após a comprovação de que o imunizante possui um caráter de segurança adequado para ser testado em humanos, é iniciado o teste clínico e a fase de produção. Ainda não há data para a disponibilização da vacina ao público.
Reportagem, Nathália Guimarães