Data de publicação: 06 de Abril de 2023, 15:15h, Atualizado em: 01 de Agosto de 2024, 19:26h
O Indicador Antecedente de Emprego do Brasil subiu 1,7 ponto em março, chegando a 76,4 pontos, maior nível desde outubro do ano passado (79,8 pontos). Esses números indicam um cenário positivo para o mercado de trabalho, de acordo com os dados divulgados nesta quarta-feira pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).
Professor de economia da Universidade de Brasília (UnB), Roberto Piscitelli explica que apesar de o IAEmp revelar uma melhoria pelo segundo mês consecutivo, o país já alcançou patamares maiores.
“O indicador antecedente de emprego está revelando uma melhoria pelo segundo mês consecutivo, então não está nos maiores patamares ou patamares anteriores já alcançados, mas isso traz um certo alento, porque a gente deve levar em conta que o momento ainda é de muitas incertezas de definições da própria transição de governo”, explicou o professor.
No mês de março, 4 dos 7 componentes do IAEmp contribuíram positivamente para o resultado do indicador. Sendo eles: os indicadores de Tendência dos Negócios e de Emprego Previsto da Indústria, que contribuíram com 1,4 e 1,0 ponto. Já do lado negativo os piores resultados foram o indicador de Emprego Previsto de Serviços que caiu 0,7 ponto, e o indicador de Situação Atual dos Negócios da Indústria que caiu 0,5 ponto.
Para o economista Alexandre Arci, o mercado de trabalho ainda olha com muita cautela para o empregos, já que janeiro e fevereiro tiveram uma baixa no movimento de contratação.
“O mercado ainda olha com muita cautela esse aumento, pode ser somente uma acomodação devido a baixa ocorrida nos meses de janeiro e fevereiro. Uma taxa de juros alta, automaticamente traz um desaquecimento econômico onde o empreendedor tem fragilidades muitas vezes em buscar dinheiro de terceiros ou de outras formas para investir dentro do seu negócio, fazendo com que o emprego não decole”, afirmou Arci.
Além disso, Arci explica que é um momento de muita atenção para os empreendedores, já que o país ainda está com dificuldade de se reorganizar economicamente nesse período pós-pandemia.
“Assim que os empreendedores estiverem com uma clareza de como será conduzida toda parte econômica, acreditamos que a empregabilidade ou novos empregos aconteça de forma normal e natural”, concluiu o economista.
Dados recentes do IBGE mostraram que a taxa de desemprego caiu a 8,9% nos três meses até agosto no Brasil, em meio a um contingente recorde de pessoas ocupadas, chegando ao nível mais baixo em sete anos.