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O impacto potencial da cadeia do hidrogênio verde (H2V) pode ser de R$ 3,7 bilhões a R$ 60 bilhões no PIB do Rio Grande do Sul; e de 2.000 empregos gerados a 40 mil até 2040. Os dados são de levantamento realizado pela consultoria McKinsey & Company, a pedido do governo gaúcho.
São necessárias fontes de energias renováveis para realizar a produção do hidrogênio verde. A eletrólise, que é processo químico que quebra as moléculas da água em hidrogênio e oxigênio pela eletricidade, utiliza energia solar ou eólica. Assim, não há queima ou liberação de CO² na atmosfera. Por possuir recursos naturais para a produção de energia solar e eólica e um investimento considerável em ambas as fontes de energia, o governo do estado agora aposta no potencial de geração do hidrogênio verde.
Em evento realizado pelo Sindicato da Indústria de Energias Renováveis do Rio Grande do Sul (Sindinergia-RS), para debater o mercado de hidrogênio verde e a geração de energia eólica, representantes da Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema) apresentaram os projetos em desenvolvimento no estado.
Segundo a Sema, o estado possui 63 projetos eólicos onshore (projetos localizados em terra, ou seja, distantes da costa) em processo de licenciamento na Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) e 22 offshore (projetos realizados a partir da costa marítima) no Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
A secretaria ainda reafirmou o compromisso com a COP 26 e começou a “formalização da intenção de parcerias com empresas do setor reconhecidas internacionalmente, como White Martins, Enerfin e Neoenergia, pela contribuição em projetos governamentais de sustentabilidade ambiental”.
O estudo também mapeou dez municípios favoráveis para o desenvolvimento da cadeia de H2V: Giruá, Uruguaiana, São Francisco de Assis, Dom Pedrito, Vila Nova do Sul, Cambará do Sul/Arroio do Sal, Porto Alegre, Mostardas, Santa Vitória do Palmar e Rio Grande.
Esses municípios foram destacados levando em conta questões logísticas como: “linhas de transmissão de energia e usinas próximas, portos públicos, capacidade de escoamento, sistema de transporte hidroviário, cabotagem e longo curso”.
Um dos membro da Comissão Especial de Debate de Políticas Públicas sobre Hidrogênio Verde, o senador Luís Carlos Heinze (Progressistas-RS) explica que o setor agrícola também pode contribuir para a produção de hidrogênio verde.
“O Brasil é hoje um dos países que, em termos de energia, pode ser líder mundial. Tínhamos o etanol, tínhamos o biodiesel, além da energia hídrica que o Brasil é grande produtor. Mas nós temos o setor florestal, o setor da cana de açúcar e os produtores de biogás, dentro da agricultura tem também o biogás. É muito importante, então, nós termos alternativas dentro do agro, que vão se somar ao projeto agregando várias formas de produção do hidrogênio verde”, afirma.
De acordo com a professora de materiais e ciências do ambiente da ESEG - Faculdade do Grupo Etapa, Lina Varon, a cadeia de H2V vai demandar uma mudança no consumo da população e um novo entendimento sobre o consumo energético.
“Novos processos de fabricação vão ter que ser analisados, onde se utiliza um combustível fóssil, vai entrar agora, um hidrogênio e uma energia renovável. Então, grandes coeficientes operacionais desse processo, vão ter que mudar. Isso demanda novas profissões, novas experiências”, ressalta.
Atualmente, o Brasil é o terceiro país que mais produz energia renovável no mundo, atrás apenas de EUA e China. Dados da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) indicam que o Brasil bateu recorde de geração de energia elétrica por meio de fontes renováveis em 2022. No ano passado, foram cerca de 62 mil megawatts de energia, em média, produzidos por mês. Com isso, a geração de energia por meios renováveis atingiu 92%.
A alta oferta também coloca o país entre os mais competitivos em termos de preço. Dados de um levantamento realizado pela BloombergNEF (BNEF) projetam o Brasil como um dos únicos países capazes de oferecer hidrogênio verde a um custo inferior a US$ 1 por quilo até 2030.
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