LOC.: Um estudo feito pela consultoria Roland Berger indica que o Brasil vai poder faturar 150 bilhões de reais por ano no mercado de hidrogênio verde. A pesquisa aponta que, se o mundo cumprir os compromissos do Acordo de Paris para reduzir as emissões de gases de efeito estufa, a maior parte da energia consumida no planeta será originária do hidrogênio verde, criando assim um mercado mundial estimado em mais de 1 trilhão de reais em venda direta da molécula ou derivados.
O consumo de hidrogênio no mundo vai ter de aumentar pelo menos seis vezes nos próximos 30 anos para que as metas globais de descarbonização, especialmente em usos industriais e mobilidade limpa, sejam alcançadas.
A empresa EDP Brasil lançou neste mês a primeira molécula de hidrogênio verde em grande escala na América Latina, em São Gonçalo do Amarante, no Ceará. O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, aproveitou a ocasião para reforçar o compromisso socioambiental do governo.
TEC./SONORA: Alexandre Silveira, min. Minas e Energia
“Foi muito importante estarmos aqui nesse momento para podermos reafirmar o nosso compromisso de trabalhar em parceria com iniciativa privada, com os governadores de estado, para poder registrar que estaremos numa empreitada de tornar matriz energética cada vez mais limpa e também, e principalmente, universalizar o acesso à energia para o povo mais carente da nação brasileira”
LOC.: Como o insumo tem grande potencial na transição energética e permite acelerar a oferta de energia limpa nas estruturas em que hoje os combustíveis fósseis ainda são necessários, o governo federal pretende regular o setor o quanto antes.
TEC./SONORA: Alexandre Silveira, min. Minas e Energia
“Queremos este ano ainda estabelecermos um marco regulatório para que a gente possa continuar, de forma mais clara, estimulando as empresas como a EDP a poderem investir os seus recursos de EP nas pesquisas das energias limpas, e aqui, em especial, nós vemos na produção da primeira molécula de hidrogênio verde que essa é uma aposta que nós queremos acreditar e achamos que estamos no caminho certo. Vamos trabalhar para que dê certo e o marco regulatório queremos apresentar este ano para estimular a pesquisa e produção”
LOC.: O estudo da empresa alemã assinala justamente ser necessário avaliar mecanismos de incentivos governamentais para que o Brasil tenha condições de produzir e exportar o hidrogênio verde a um preço competitivo. Além disso, a consultoria prevê que, devido à exigência de capacidade extra, o hidrogênio verde pode representar investimentos diretos no Brasil da ordem de 600 bilhões de reais nos próximos 25 anos.
Reportagem, Álvaro Couto.