Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Hemorio está com déficit sanguíneo de 20%

Com os estoques do banco de sangue em 20% abaixo do ideal, o Hemorio convoca a população para aderir ao gesto de solidariedade. Além da capital, o hemocentro possui unidades de coleta do material em 15 municípios. A instituição também apela por mais doadores de medula óssea

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O Instituto Estadual de Hematologia Arthur de Siqueira Cavalcanti  (Hemorio) está com os estoques de sangue 20% abaixo do ideal. Para mobilizar os cariocas e fluminenses a doarem sangue, a rede Hemorio conta o Hemocentro Coordenador, localizado na capital fluminense, e, também, com uma estrutura descentralizada, composta pelos hemocentros regionais. 

O Rio de Janeiro tem cinco hemocentros regionais, que ficam nos municípios de Niterói, Vassouras, Nova Friburgo, Campos dos Goytacazes e Cabo Frio. O estado também possui dois locais para o cadastramento de doadores voluntários de medula óssea. 

O Hospital Pedro Ernesto, que está localizado na Vila Isabel, capital carioca, e o Instituto Nacional do Câncer (INCA), que fica na Praça Cruz Vermelha. Para doar medula, o primeiro passo é procurar um desses locais e fazer um teste para averiguar o tipo sanguíneo e a compatibilidade. 

Logo depois, o cadastro é repassado para o Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (Redome), Inca, órgão nacional responsável pelo gerenciamento das informações do doador e do paciente. Caso haja compatibilidade, o Redome entrará em contato com o doador para retirada das células.

Coordenação estadual

De acordo com o Hemorio, o Rio de Janeiro possui cerca de 105 mil doadores de sangue, o que corresponde a 1,54% da população. O percentual está longe da meta preconizada pela Organização Mundial da Saúde, que recomenda que pelo menos 3% da população seja doadora. Em relação ao cadastro de medula, o estado tem aproximadamente 340 mil candidatos a doação.
 
O diretor do hemocentro, Luiz Amorim, lembra que o sangue é insubstituível para a vida humana. Ele ajuda pacientes que sofrem de doenças graves, como a leucemia e anemia falciforme, por exemplo. Além de servir de apoio para procedimentos médicos e cirúrgicos. Amorim faz um apelo para que os cidadãos fluminenses e cariocas doem sangue e ajudem a salvar vidas.
 
“Essa pandemia causou um impacto muito grande no serviço de hemoterapia do Brasil e do Rio de Janeiro. Os hospitais hoje estão muito cheios, não só com pacientes com Covid-19, mas com outras doenças. Além de cirurgias, traumas e acidentes. Então, tudo isso aumenta a necessidade de sangue e faz com que precisamos como nunca da solidariedade do povo carioca e fluminense.”

Atendimento regional

O hemocentro regional de Niterói atende, sobretudo, 15 municípios da região metropolitana da capital carioca. Entre eles, estão: Belford Roxo, Duque de Caxias, Magé, São Gonçalo e Queimados. A unidade está localizada na Rua Marquês do Paraná, número 330, centro. O telefone para contato é o (21) 2629-9063.

Quem mora nas cidades de Engenheiro Paulo, Mendes, Miguel Pereira, Paracambi e Paty do Alferes, pode procurar o hemocentro de Vassouras. Ele fica na Rua Vicente Celestino, número 201, bairro Madruga. O número para contato é o (24) 2471-8141. 

Já os moradores de Petrópolis, Teresópolis e São José do Vale do Rio Preto podem procurar o hemocentro da região Serrana. O endereço da unidade é Rua General Osório, 324, no centro de Nova Friburgo. Mais informações pelo número (22) 2523-9000.

O hemocentro de Cabo Frio, na baixada litorânea, está mais próximo de seis municípios, como Arraial do Cabo, Iguaba Grande, São Pedro da Aldeia, Armação dos Búzios e Saquarema. A unidade está situada na Rua Barão do Rio Branco, número 88, bairro Passagem. O telefone para contato é o (22) 2644-5076.

A unidade regional de Campos dos Goytacazes, norte fluminense, atende as cidades de Cardoso Moreira, São Fidélis, São Francisco de Itabapoana e São João da Barra. O hemocentro fica na Rua Rocha Leão, 2, bairro Caju, telefone (22) 2737-2500.

Braço solidário

A advogada Valéria Esteves, 63 anos, mora em Copacabana e é doadora de sangue regular há 25 anos no Hemorio. Ela conta que inicialmente começou a doar hemácias. Logo depois, passou a doar plaquetas. Hoje, ela doa sangue uma vez por mês e já soma mais de 200 doações. 

“É importante doar sangue porque existem pessoas que precisam de sangue todo dia, como é o caso dos pacientes hemofílicos e com leucemia. Além das pessoas, que fazem operações todos os dias e necessitam, os bancos de sangue dos hospitais precisam ter uma cota boa para poder acolher e realizar com satisfação essas operações.”

Valéria também se cadastrou para ser doadora de medula óssea e aguarda ser chamada para realizar a doação. “A doação pode ajudar as pessoas, levar conforto e vida para muitas pessoas. O sangue é vida, é de graça e não custa nada doar”, acrescenta a advogada. 

Doação de sangue

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, garante que doar sangue é possível graças ao SUS. “Vamos aproveitar essa oportunidade para reafirmar não só as ações de enfrentamento à pandemia, mas também a necessidade contínua de cumprir o preceito constitucional da saúde como direito fundamental. O sangue, ao longo do tempo, simboliza a vida. E, nesse sentido, é importante a doação regular. Doe sangue regularmente. Com a nossa união, a vida se completa.”

Onde doar sangue no Rio de Janeiro

Além dos hemocentros regionais, os voluntários à doação de sangue e medula óssea no estado podem procurar as unidades de coleta e transfusão que ficam nos municípios Rio Bonito, São Gonçalo, Angra dos Reis, Resende, Barra Mansa, Volta Redonda, Teresópolis, Itaperuna e Macaé. Para saber mais informações sobre endereços e horários de funcionamento das unidades, veja o mapa abaixo. 

Critérios para doação de sangue e medula óssea

De acordo com a Coordenação-Geral de Sangue e Derivados do Ministério da Saúde, o procedimento para doação de sangue é simples. Primeiro se faz o cadastro, aferição de sinais vitais, teste de anemia, triagem clínica, coleta de sangue e depois o lanche. Isso tudo leva em média 40 minutos.

Vale lembrar que até mesmo quem foi infectado pelo coronavírus pode doar sangue e medula óssea. No entanto, é necessário aguardar 30 dias após completa recuperação da doença. Quem teve contato com pessoas infectadas também precisa esperar 14 dias para poder fazer a doação, apresentando RT-PCR negativo e ausência de sintomas. Já os vacinados devem esperar o tempo de imunização, que vai depender da marca do imunizante.

Para doar sangue é necessário ter entre 16 e 69 anos de idade e pesar no mínimo 50 quilos. Mulheres podem doar até três vezes ao ano com intervalo de três meses entre as doações. Já os homens podem doar até quatro, com intervalo de dois meses entre as doações. A doação é voluntária e uma bolsa de apenas 450mL de sangue pode ajudar até quatro pessoas.

Candidatos à doação de medula óssea devem ter entre 18 e 35 anos, estar em bom estado de saúde e não apresentar doença infecciosa ou incapacitante. Segundo o Redome, algumas complicações de saúde não são impeditivas para doação, sendo analisado caso a caso.

Doar sangue e medula é seguro! Com a pandemia, todos os protocolos de contenção contra a Covid-19 estão sendo realizados. No dia da doação, será preciso apresentar documento de identificação com foto. Para saber onde doar sangue ou se cadastrar para doar medula óssea, acesse hemorio.rj.gov.br.

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