LOC.: O Ministério da Agricultura e Pecuária, o Mapa, prorrogou o estado de emergência, por causa da influenza aviária, por mais 180 dias.
A doença foi detectada em aves silvestres, de subsistência e mamíferos aquáticos. A medida permite que o governo trabalhe de forma rápida para evitar que o vírus se espalhe.
Até o momento, o Brasil tem 143 focos da doença e 17 investigações em andamento. Não foi detectado nenhum registro de influenza aviária de alta patogenicidade em animais de produção, o que significa que não há impacto na comercialização e consumo.
No território nacional, o primeiro caso foi detectado em uma ave silvestre, no dia 15 de maio de 2023. No início de outubro, 50 mamíferos marinhos foram encontrados mortos em uma praia no município de Santa Vitória do Palmar, no Rio Grande do Sul, infectados pelo vírus.
A veterinária Dandara Franco explica como a doença chegou ao país.
TEC./SONORA: Dandara Franco - veterinária
“É uma doença viral que tem uma ampla distribuição em diversos locais do mundo e, que afeta principalmente as aves silvestres e domésticas e, ocasionalmente, os mamíferos. As aves migratórias, silvestres, principalmente as que têm o hábito de migração, são hospedeiras naturais e por isso é importante a monitoração desses animais”.
LOC.: A emergência zoossanitária no Brasil já havia sido decretada pelo Mapa, em 22 de maio deste ano, pouco depois do registro do primeiro caso, para evitar que a doença chegue à produção de aves comerciais — além de preservar a saúde humana e a fauna.
O professor de medicina veterinária da Universidade de Brasília (UnB) Cristiano Barros de Melo diz que o cenário não piorou desde o primeiro decreto, mas como os casos continuam surgindo houve a prorrogação.
TEC./SONORA: Cristiano Barros de Melo - professor de veterinária da UnB
“Quando há uma doença infecciosa dessa natureza, considerada uma doença transnacional, o Brasil nunca havia tido até então casos de gripe aviária confirmados, houve a necessidade do Ministério prorrogar por mais 180 dias esse quadro de emergência zoossanitária”
LOC.: Com o decreto em vigência, o governo pode mobilizar verbas da União e fazer articulação com outros ministérios e organizações governamentais para evitar a disseminação da doença pelo país.
A recomendação do Mapa para a população também continua. Quem encontrar aves e mamíferos marinhos doentes ou mortos deve acionar os órgãos responsáveis do município ou o serviço veterinário mais próximo.