Data de publicação: 11 de Maio de 2023, 20:00h, atualizado em 11 de Maio de 2023, 19:58h
LOC: O professor de economia do Ibmec Brasília Renan Silva avaliou como “positivas” as mudanças propostas pelo projeto de lei que prevê a criação de fundos para consórcios públicos estaduais e municipais. O projeto foi aprovado nesta semana pela Comissão de Assuntos Econômicos do Senado. Segundo o especialista, os impactos previstos na proposta são favoráveis, principalmente, para as cidades que possuem menos condições financeiras de executar obras de grande importância para a população.
O consórcio é uma modalidade de atuação do poder público, pela qual os entes federados (estados ou municípios) formam parcerias em busca de dinheiro para desenvolver projetos em comum. O texto aprovado muda a legislação que disciplina esses consórcios, permitindo por exemplo que eles constituam fundos ou contratem empréstimos. Os fundos deverão ser usados no financiamento de programas, obras de infraestrutura ou compra de bens e serviços.
O professor do Ibmec explicou que a criação dos fundos, prevista no projeto, vai facilitar a captação de recursos junto aos fundos constitucionais da região Nordeste (FNE), da região Norte (FNO) e da região Centro-oeste (FCO) - conforme o interesse dos consórcios intermunicipais.
SONORA: Renan Silva, professor de economia do Ibmec
“Também há a possibilidade de serem criados fundos intermunicipais, aonde municípios que têm a mesma vocação, têm os mesmos objetivos, podem se unir na gestão de projetos – o que também aumenta a capacidade de investimento desses entes. E isso é bastante positivo, no sentido de aumentar a capacidade ali de suprir obras essenciais para a população.”
LOC: O projeto foi relatado pelo senador Eduardo Gomes (PL-TO) na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, e seguiu para análise da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Na opinião do relator, o objetivo principal é permitir que um maior número de municípios colabore na solução de problemas graves, que nem sempre as cidades pobres conseguem resolver sozinhas. Para ele, "é preciso ter esta visão política".
SONORA: Eduardo Gomes, senador (PL-TO)
“Fazer com que essa política atenda o maior número de municípios brasileiros e de entidades que podem participar da solução de problemas graves e que são impossíveis de solução com uma só unidade orçamentária ou um só município, principalmente na área de infraestrutura, de saúde, de meio ambiente e de alguns outros pontos importantes. Então, é um avanço significativo, a gente fica satisfeito por analisar a progressão desse instrumento legislativo nesse momento.”
LOC: Em resumo, o projeto permite que os consórcios públicos constituam fundos financeiros por ato próprio. Ou seja: se a proposta for transformada em lei, os consórcios intermunicipais e interestaduais ganharão autonomia orçamentária, podendo pegar dinheiro emprestado para obras importantes para a população. A partir da próxima semana, o projeto será analisado pelos membros da Comissão de Constituição e Justiça do Senado Federal.
Reportagem: José Roberto Azambuja