LOC.: As fontes renováveis apresentaram um avanço significativo na composição da matriz energética brasileira em dezembro do ano passado. É o que aponta o Boletim Mensal de Energia divulgado este mês pelo Ministério de Minas e Energia. Entre os destaques está o aumento da energia solar fotovoltaica, com crescimento de 78% em comparação com o ano anterior.
Segundo o presidente-executivo da Associação Brasileira de Comercializadores de Energia (Abraceel), Rodrigo Ferreira, a diversificação da matriz energética com o uso de energias renováveis não é boa apenas para o meio ambiente, mas também para o bolso do consumidor. Ele pontua que a transição energética do país deve focar no mercado livre de energia.
TEC./SONORA: Rodrigo Ferreira, presidente-executivo da Abraceel.
“A nossa transição energética, aqui no Brasil, deve ser direcionada e focada muito mais no empoderamento do consumidor - o que já acontece, por exemplo, em toda a Europa, em que o consumidor pode comprar a sua própria energia livremente, além das opções de gerar a sua própria energia.”
LOC.: Um projeto de lei que tramita no Congresso Nacional também pretende baixar os custos da energia. É a proposta que trata sobre o novo marco do setor elétrico. A medida prevê que todos possam escolher de quem comprar a energia, o que só é permitido, atualmente, para os grandes consumidores.
O deputado federal Arnaldo Jardim, do Cidadania de São Paulo, defende a aprovação do projeto, que seria uma forma de caminhar em direção à modernização do sistema elétrico brasileiro.
TEC./SONORA: deputado Arnaldo Jardim
“Ele, basicamente, reconhece uma nova situação. O nosso processo de produção de energia eram grandes hidroelétricas, hoje ele mudou de natureza, porque ele tem hoje a presença da geração distribuída, eólica, solar. Isso impõe a necessidade de repensar a organização, critérios de despacho. Isso impõe o passo que nós demos, aprovamos o marco de geração distribuída. Está maduro, tem que aprovar o 414.”
LOC.: O projeto está em tramitação na Câmara dos Deputados. Em sua última movimentação, em junho de 2022, a proposta recebeu 103 emendas de parlamentares em comissão especial para tratar sobre a temática.
Reportagem, Ana Luísa Santos.