Foto: Divulgação/Companhia Docas de Santana
Foto: Divulgação/Companhia Docas de Santana

Exportação de grãos impulsiona portos do Norte: Santana cresce 35% e Porto Velho, 8%

Soja e derivados puxam alta nas cargas; terminal amapaense deve dobrar capacidade com investimentos de R$ 89 milhões

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Os portos públicos de Rondônia e do Amapá registraram um aumento de 8% e 35%, respectivamente, na movimentação de cargas no mês de abril, em relação ao mesmo período do ano passado. Os resultados foram puxados, principalmente, pelo escoamento de grãos, como a soja, por exemplo.

Os dados foram divulgados no Painel Estatístico Aquaviário da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq). Em relação ao estado amapaense, o Terminal Portuário de Santana teve como destaque granéis sólidos, com 382 mil toneladas movimentadas, ou seja, um salto de 43,06%.

Desse volume, 254 mil toneladas foram de soja e outras 36 mil toneladas de resíduos da extração do grão. No mesmo mês do ano passado, o terminal havia movimentado 283 mil toneladas, no total.

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No terminal de Porto Velho, em Rondônia, foram movimentadas 253 mil toneladas em abril. Entre os produtos embarcados, a soja liderou com 237 mil toneladas, um salto de cerca de 10%. Em abril do ano anterior, foram movimentadas 235 mil toneladas. Desse total, 216 mil foram de soja.

O secretário nacional de Portos e Transportes Aquaviários do Ministério de Portos e Aeroportos (Mpor), Alex Ávila, afirma que os números refletem o papel estratégico do Norte do país como alternativa aos tradicionais corredores de exportação de outras regiões, como Sul e Sudeste.

“O fortalecimento dos portos do Amapá e Rondônia representa mais do que um avanço econômico regional, é um passo decisivo na consolidação de uma logística nacional mais integrada, eficiente e sustentável, alinhada aos desafios do crescimento do agronegócio brasileiro”, destaca Ávila.

“Temos, este ano, expectativa de safras recordes. Também começamos a nos preparar para a safra do próximo ano, quando as expectativas também são boas. Naturalmente, o agronegócio vai buscando alternativas e, onde ele encontra possibilidade, tem grandes chances de se consolidar. Então, quando analisamos os tipos de carga, percebemos que a pujança do agronegócio está cada vez crescendo mais, demonstrando sua importância para a economia do país”, acrescenta.

Investimento

Em fevereiro de 2025, foi oficializado o arrendamento do terminal MCP03, no Porto de Santana (AP). A estrutura é destinada ao armazenamento e movimentação de granéis sólidos vegetais.

O contrato – que partiu do leilão realizado no final de 2024 – prevê investimentos de R$ 89 milhões ao longo de 25 anos, com vigência até 2049. Entre as intervenções estabelecidas estão as seguintes:

  • Ampliação do Píer 1;
  • Dragagem de aprofundamento;
  • Pavimentação;
  • Instalação de novos silos de armazenagem.

O objetivo é que a capacidade de carga do terminal seja ampliada de 450 mil para 917 mil toneladas, o que corresponde a praticamente o dobro do potencial de escoamento da produção.

Hidrovias

Com o intuito de aumentar a movimentação de produtos da Região Norte para outras áreas do país, o Ministério de Portos e Aeroportos incluiu a hidrovia do Rio Madeira na carteira de ativos que serão concedidos à iniciativa privada.

Essa via navegável liga Rondônia ao Amazonas e é apontada como estratégica para o escoamento da produção nacional. O trecho conta com 1.075 quilômetros de extensão. A previsão é de que o leilão seja realizado até o final de 2026.

Apesar da seca registrada no ano passado, o canal movimentou cerca de 10 milhões de toneladas de cargas. A estimativa é de que o corredor fluvial possa ultrapassar 25 milhões de toneladas ao ano.

O projeto de concessão prevê investimentos de aproximadamente R$ 109 milhões em obras de infraestrutura, como dragagem, derrocagem, balizamento e sinalização. Além disso, outros R$ 40 milhões devem ser destinados à operação ao longo de um contrato de 12 anos.

Tarifas

A cobrança de tarifas sobre as cargas transportadas só começará a ser feita após o início efetivo da prestação dos serviços pela concessionária. Conforme informou o MPor, o transporte de passageiros vai continuar isento de cobrança.

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