LOC.: O mercado financeiro continua revisando para cima o crescimento econômico do Brasil em 2022. O Relatório Focus divulgado pelo Banco Central aponta que a expectativa em torno do Produto Interno Bruto (PIB) para este ano aumentou de 2,77% para 2,8%.
A previsão dos analistas de mercado para o PIB deste ano já supera as expectativas do próprio governo federal. A Secretaria de Política Econômica do Ministério da Economia espera um crescimento de 2,7%.
O economista e professor de Finanças e Controle Gerencial do Coppead da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rodrigo Leite, credita o otimismo em torno do crescimento econômico a três fatores.
TEC./SONORA: Rodrigo Leite, professor de Finanças do Coppead/UFRJ
“Em primeiro lugar, houve uma retomada pós-covid, que já era esperada. Segundo ponto é o aumento do Auxílio Brasil, porque, com isso, você tem mais dinheiro e as pessoas comprando e, em terceiro lugar, como houve redução do ICMS dos combustíveis, isso otimizou custos da energia, o que acaba afetando toda a cadeia e acabou com que a economia crescesse mais no curto prazo”.
LOC.: Segundo o deputado federal Alexis Fonteyne (Novo-SP), presidente da Frente Parlamentar pelo Brasil Competitivo, o país só vai crescer de forma constante, evitando os chamados “voos de galinha”, se as reformas estruturais aprovadas nos últimos anos forem mantidas.
TEC.SONORA: Alexis Fonteyne (Novo-SP)
“Já que estamos com inflação baixa, emprego aumentando, investimentos entrando e tudo o mais, basta o governo dar segurança jurídica. Não sinalizar que ‘ah, nós vamos reverter o marco do saneamento, acabar com as concessões’ e começar a botar terror e insegurança, porque o investidor quer regras claras, botar dinheiro e ter retorno. O governo, se não atrapalhar, não botar medo, já tem esse bônus”.
LOC.: Ao menos por enquanto, o mercado está contido quanto ao crescimento da economia brasileira para o ano que vem. A projeção é de que o PIB do país avance 0,7%.
A economia global deve desacelerar em 2023, de acordo com o Fundo Monetário Internacional. O FMI projeta alta de 2,7% do PIB mundial, abaixo dos 3,2% previstos para este ano.
Reportagem, Felipe Moura.