
LOC.: Pagar as contas atrasadas e sair da inadimplência é um dos objetivos da lista de metas de ano novo de muitos brasileiros. De acordo com a Pesquisa mensal de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), divulgada em dezembro, houve recorde entre os mais pobres. 34,1% dos consumidores com renda de até 10 salários mínimos atrasaram dívidas. O levantamento, feito pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), aponta um recuo de 0,3% em novembro em relação a outubro.
A economista da CNC responsável pela pesquisa, Izis Ferreira, alerta para a importância de se organizar para afastar o fantasma da inadimplência em 2023. No primeiro trimestre do ano as despesas aumentam, e evitar gastos desnecessários faz a diferença.
TEC./SONORA: Izis Ferreira, economista da CNC, responsável pela Peic
“São tributos, rematrícula de escola, material escolar, então é importante que o consumidor se programe para o pagamento dessas despesas, que vão apertar o orçamento no início de 2023, além de toda incerteza em relação ao desempenho da economia que vamos ter nos próximos meses. Então, é evitar o gasto com supérfluo, fazer a conta, pesquisar preço, guardar o cartão de crédito se puder. E se ganhou uma receita extra, procurar usar em favor da família evitando o gasto do salário.”
LOC.: De acordo com a gerente da Serasa, Camila Cruz, o consumidor pode começar o ano com um controle simples para colocar as contas em dia.
TEC./SONORA: Camila Cruz, gerente da Serasa
“É possível começar pelo básico, com papel e caneta e todo mês consultar esse caderninho para ver o que você está gastando a mais e o que está gastando a menos. E ter muito cuidado com os gastos do cartão de crédito, ou seja, os parcelamentos do cartão de crédito podem também onerar o seu orçamento mensal e os juros são muito altos, caso você venha a atrasar uma fatura,então é um ponto realmente de atenção.”
LOC.: A Pesquisa “Perfil e Comportamento do Endividamento Brasileiro”, encomendada pela Serasa, constatou que 83% dos inadimplentes sofrem de insônia causada pelas dívidas. Além disso, 74% afirmam ter dificuldade de se concentrar nas tarefas do dia a dia e 61% viveram ou vivem sensação de crise de ansiedade. A psicóloga Thamires Ferreira explica que o endividamento pode gerar pensamentos negativos e até levar ao fim de relacionamentos.
TÉC./SONORA: Thamires Ferreira, psicóloga
"Crises de pensamentos negativos, que geram sentimentos como vergonha, angústia, tristeza, medo, culpa, altos níveis de estresse, dificuldade de concentração. Começa a atrapalhar os relacionamentos, com amigos, familiares e parceiros, nesse caso, os casamentos acabam sendo muito afetados. E tudo isso é um ciclo vicioso, todos esses pensamentos negativos geram mais comportamentos de gastos."
LOC.: 69 milhões de brasileiros têm restrição no nome, o que corresponde a 42,6% da população adulta do Brasil, segundo levantamento mais recente publicado pela Serasa, no segundo semestre de 2022.
Reportagem, Fernando Alves