Data de publicação: 29 de Abril de 2023, 04:00h
LOC: O projeto que cria um período de transição gradual ao longo de 10 anos para quedas de coeficiente no Fundo de Participação dos Municípios (FPM) precisa ser justo, tanto para as cidades que aumentaram suas populações quanto para outras, que tiveram o número reduzido de habitantes, de acordo com o Censo 2022 do IBGE. A avaliação é do Consultor de Orçamento Público, César Lima. Para ele, é preciso haver previsibilidade, com objetivo de evitar que a futura lei não tenha um resultado inócuo: a questão, segundo o especialista, não é prejudicar um ou outro município, mas que todos tenham uma transição suave e previsibilidade nas suas contas anuais.
A proposta foi aprovada pelos deputados na terça-feira passada (dia 25) e seguiu para análise do Senado, antes de ser encaminhada à sanção do Presidente da República. Caso o projeto se transforme em Lei, os municípios com ganho de coeficiente já poderão ser beneficiados.
Da maneira como foi aprovado pela Câmara, segundo César Lima, há dois pontos de vista que precisam ser analisados.
SONORA: César Lima, Consultor de Orçamento
“Apesar de termos mais de 700 municípios que podem perder, do outro lado temos também municípios que estão hoje com uma população maior e recebendo menos por isso. Então, quer dizer há aí dois vises que devem ser enxergados. No meu entendimento – essa é uma opinião muito minha – eu acho que [com isso] praticamente você dissolve os efeitos do Censo. Porque se a cada 10 anos você tem um Censo, mas você demora 10 anos para que esse Censo tenha um efeito real sobre os municípios, realmente fica uma coisa bem inócua.”
LOC: Na opinião do especialista, deve haver uma previsibilidade, de maneira que o projeto possa prever uma transição que não seja tão longa.
SONORA: César Lima, Consultor de Orçamento
“Eu acho que, sim, deve haver uma previsibilidade, pode ser pensado numa transição, mas creio que não tão longa quanto essa. Devemos aí pensar numa transição um pouco mais curta, até para que os municípios que estão no momento com uma população maior e recebendo menos por isso também não sejam prejudicados. A questão aí não é prejudicar um ou outro: que todos tenham uma transição suave e previsibilidade nas suas contas anuais.”
LOC: O Projeto de Lei 139/2022 foi construído pela Confederação Nacional de Municípios (CNM), depois de diversas reuniões realizadas com mais de 500 gestores municipais que podem ser impactados pela nova lei. Havia preocupações com as mudanças de coeficiente do FPM em, pelo menos, 1.179 Municípios. A pauta também foi levada ao presidente da Câmara, Arthur Lira, que avaliou o tema com os prefeitos durante a Marcha a Brasília em Defesa dos Municípios, promovida pela entidade.
Reportagem: José Roberto Azambuja