LOC.: A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio, Pnad, mostrou que o trabalho infantil cresceu no Brasil em 2022, com 1,9 milhão de crianças e adolescentes com 5 a 17 anos trabalhando. O número voltou a crescer após registrar queda em 2016, quando havia 2,1 milhões, para 2019, que contabilizou 1,8 milhões. As informações foram divulgadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, IBGE.
O advogado trabalhista Daniel Dias explica que no âmbito interno, a proteção da criança e do adolescente é garantida pelo artigo 227 da Constituição de 88, no qual foi estabelecido que toda a sociedade, incluindo Estado, deve buscar garantir direitos para essa faixa etária.
TEC./SONORA: Daniel Dias, advogado trabalhista
“O trabalho infantil é aquele ele realizado por crianças e adolescentes abaixo da idade mínima permitida para a genição emprego no país. No caso do Brasil, é vedado o trabalho a menores de 16 anos, salvo na condição de menor aprendiz, a partir dos 14.”
LOC.: Além disso, aproximadamente 76,6% dos adolescentes com idades entre 16 e 17 anos inseridos em atividades econômicas estavam atuando informalmente, totalizando 810 mil trabalhadores infantis informais.
O advogado trabalhista avalia que oscilações comerciais, aumento do juros, redução da taxa de emprego e inflação podem ser considerados como fatores que contribuem para o aumento do trabalho infantil. Além disso, segundo Daniel Dias, o trabalho infantil impacta negativamente o desenvolvimento do menor de idade.
TEC./SONORA: Daniel Dias, advogado trabalhista
“Uma vez que prejudica a aprendizagem, reduz o contato social com as pessoas da mesma faixa etária, expõem o menor as situações de risco ocupacional, como acidente de trabalho, abusos físicos, psicológicos e morais.”
LOC.: A pesquisa ainda mostra que cerca de 97,1% da população de 5 a 17 anos estavam matriculados em instituições de ensino em 2022. No entanto, essa proporção diminuía para 87,9% entre as crianças e adolescentes dessa faixa etária envolvidos em situação de trabalho infantil.
Reportagem, Nathália Guimarães