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As doações de sangue caíram 10% desde a pandemia da Covid-19, de acordo com o Ministério da Saúde. Diante disso, o órgão pede que a população doe sangue para manter os estoques de todos os hemocentros do país bem abastecidos. Segundo a Coordenação-Geral de Sangue e Derivados da pasta, o órgão acompanha diariamente o quantitativo de bolsas nos hemocentros estaduais, o que permite minimizar o impacto de eventuais desabastecimentos de sangue.
Em 2020, por exemplo, em todo o país foram coletadas um total de 2.958.665 bolsas de sangue, segundo o Ministério da Saúde. Entre 2019 e 2020, os estados que mais registraram queda nas doações de sangue foram São Paulo, Paraná e Minas Gerais. Em números absolutos, no mesmo período, os estados que mais coletaram sangue foram o Acre e o Distrito Federal. Apesar de São Paulo ter apresentado uma queda, ano passado o estado assumiu a liderança na coleta de sangue.
Dados do Ministério da Saúde mostraram que em janeiro de 2021 foram coletadas 246.360 bolsas de sangue. Por sua vez, em fevereiro, o número foi para 245.598 e, em março, o número diminuiu para 242.289, ou seja, o primeiro trimestre deste ano contabilizou 734.247 doações.
Os hemocentros que apresentaram uma redução crítica no número de coletas de sangue e que precisaram acionar o Plano Nacional de Contingência de Sangue foram: Hemopi (Piauí), Hemosc (Santa Catarina), Fhemeron (Rondônia), Hemope (Pernambuco), Hemocentro de Campinas e Fundação Pró-Sangue (SP), Hemose (Sergipe), Hemepar (Paraná), Hemocentro de Belo Horizonte (MG) e Hemoap (Amapá).
Atualmente, de acordo com o Ministério da Saúde, aproximadamente 1,4% da população brasileira doa sangue. Isso representa, em média, 14 doações a cada mil habitantes. O Governo Federal, por meio do órgão, incentiva todos os brasileiros a doarem sangue frequentemente, gesto que pode salvar vidas.
“Vamos aproveitar essa oportunidade para reafirmar não só as ações de enfrentamento à pandemia, mas também a necessidade contínua de cumprir o preceito constitucional da saúde como direito fundamental. O sangue, ao longo do tempo, simboliza a vida. E nesse sentido, é importante a doação regular de sangue. Doe sangue regularmente, com a nossa união, a vida se completa”, destacou o Ministro da Saúde Marcelo Queiroga.
Com o objetivo de manter os estoques bem abastecidos, é necessário que mulheres doem três vezes ao ano e, homens, até quatro vezes no mesmo período. Doar não é prejudicial à saúde, uma vez que o volume retirado da pessoa é reposto em até 24h.
Dados do Ministério da Saúde apontaram que em 2020 foram remanejadas 2.481 bolsas de concentrado de hemácias entre os hemocentros coordenadores estaduais. Em 2021, até o mês de maio, foram 185 bolsas.
Rebeca Barbosa, 32, doa sangue há muitos anos e garante que é algo simples de fazer e que demora menos de 30 minutos. Moradora do Bairro Meireles, em Fortaleza, a coordenadora administrativa explica que a doação é prática, já que é possível agendar por meio do Whatsapp. “Acredito que é um gesto simples e que qualquer um pode fazer, principalmente pessoas que são saudáveis. Dessa forma, você pode ajudar e salvar várias pessoas que estão doentes ou incapacitadas, não custa nada”, afirma.
O baiano Rafael Lopes, 38 anos, doa sangue sempre que pode. O motorista conta que sempre que faz aniversário toma uma atitude de agradecer pelo dom da vida. “Eu faço isso doando sangue. Sempre que posso vou ao Hemoba. Eu sou voluntário, mas quando alguém precisa e solicita eu também vou. É muito incrível ser útil dessa forma”, garante ele, que mora no Bairro Uruguai da Cidade Baixa, na Bahia, e doa sangue há uma década.
Jordana Costa, 28 anos, disse que doar é um ato solidário. “É gratificante. Desde a primeira vez que doei, eu nunca mais parei. Só de eu saber que vou salvar muitas vidas me sinto feliz e emocionada”, conta a fisioterapeuta e moradora do município de Britânia, no interior de Goiás.
O brasiliense e comunicólogo organizacional Victtor Almeida, de 29 anos, também faz parte desse time que ajuda a salvar vidas. Motivado por uma amiga, ele foi ao hemocentro pela primeira vez. “A importância de doar é fazer o bem sem olhar a quem. A não ser que você tenha algo que te impede de doar, procure um hemocentro e ajude”, apela.
Para doar sangue, alguns requisitos devem ser observados. Estão aptas pessoas entre 16 e 69 anos com mais de 50 quilos. É preciso levar documento oficial com foto. Menores de 18 anos devem ter autorização formal dos responsáveis para fazer o procedimento, que é simples, rápido e seguro.
O doador precisa estar alimentado, evitando alimentos com alta taxa de gordura; aguardar duas horas antes caso já tenha almoçado; ter dormido seis horas nas últimas 24h. Pessoas entre 60 e 69 anos só podem doar se já tiverem feito antes dos 60. Para os homens, a doação pode ser feita quatro vezes ao ano, com intervalos de dois meses entre as doações.
Para mulheres são permitidas três vezes ao ano, com intervalo de três meses. De acordo com Marina Aguiar, médica hematologista do Hospital Anchieta de Brasília, em cada doação é coletado 450 ml de sangue. “Isso não prejudica em nada a saúde do doador, porque é retirado menos de 10% do volume sanguíneo total do adulto. É justamente por esse motivo que a pessoa precisa ter 50 quilos”, explica.
Segundo o Ministério da Saúde, quem foi infectado pela Covid-19 também pode doar sangue, desde que espere 30 dias após a completa recuperação e desaparecimento total dos sintomas. Quem teve contato com pessoas infectadas também precisa esperar 14 dias para poder fazer a doação, apresentando RT-PCR negativo e ausência de sintomas.
Vale lembrar que uma única bolsa pode salvar até quatro vidas. “Além de dar esperança a quem precisa, doar sangue ajuda na renovação das células velhas e colabora com a redução de oxidativos, que poderá combater certos tipos de câncer”, explica a hematologista Marina Aguiar.
Imunizados contra a Covid-19, devem esperar um período para poder doar sangue e esse tempo varia conforme a marca do imunizante. Confira na tabela abaixo:
Laboratório |
Inaptidão para doação de sangue |
Coronavac |
48 horas |
Astrazeneca/Oxford/Fiocruz |
7 dias |
BioNTech/Fosun Pharma/Pfizer |
7 dias |
Janssen-Cilag |
7 dias |
Gamaleya National Center |
7 dias |
Fonte: Ministério da Saúde
O Ministério da Saúde informa que o número de cadastrados no Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea é de 5.389.642 e que o número de pessoas que aguardam o transplante no país é 821. Com doadores já identificados, são 798 pacientes.
Candidatos à doação de medula óssea devem ter entre 18 e 35 anos, estar em bom estado de saúde e não apresentar doença infecciosa ou incapacitante. Segundo o Redome, algumas complicações de saúde não são impeditivas para doação, sendo analisado caso a caso. Para se cadastrar, é necessário procurar um hemocentro mais próximo e permitir uma pequena coleta para identificar o tipo sanguíneo. Logo depois, o cadastro é repassado para o Redome, que fará o cruzamento de dados entre doador e paciente e identificará a compatibilidade.
Doar sangue e medula é seguro! Com a pandemia, todos os protocolos de contenção contra a Covid-19 estão sendo realizados. No dia da doação, será preciso apresentar documento de identificação com foto.
A hematologista Marina Aguiar explica que quem tem tatuagem pode doar sangue após um ano do procedimento. Ela garante que, depois desse período, a pessoa pode doar tranquilamente.
Em 2020, o Supremo Tribunal Federal (STF) passou a permitir a doação de sangue por homossexuais, o que, até então, era proibido. “Antigamente, existiam discursos de que as DST’s eram transmitidas por homossexuais e que esse grupo gerava risco ao processo de doação, mas isso é um princípio inconstitucional, pois fere a lei de igualdade. Os heterossexuais também podem transmitir essas doenças dependendo do grupo de risco e promiscuidade que eles tiverem”, afirma a médica.
Pessoas que já receberam transfusão de sangue também podem doar. Basta esperar um ano. “Esse impedimento temporário é para garantir que a transfusão não transmite nenhuma doença infecciosa a quem pretende doar”, explica a hematologista do Hospital Anchieta.
Pessoas que tiveram hepatite após os 11 anos de idade ou tentam apresentado Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST’s) como hepatite B e C, Aids (Vírus HIV), doenças ligadas ao vírus HTLV I e II, doenças de chagas, uso de drogas ilícitas e malária estão impossibilitadas, definitivamente, de doar.
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