LOC.: Nas últimas semanas de 2024, estados como Amapá, São Paulo e Minas Gerais registraram um aumento da circulação do sorotipo 3 da dengue DENV3, segundo uma nota técnica divulgada pelo Ministério da Saúde. A pasta informou, ainda, que a proporção do DENV3 tem aumentado nas últimas semanas. O sorotipo não tem incidência relevante no Brasil desde 2008, e o que predomina no Brasil são os tipos 1 (73,4%) e 2 (25,9%).
A dengue possui 4 sorotipos diferentes e a infecção por um sorotipo gera imunidade somente a variante, mas não impede uma nova infecção por um sorotipo diferente.
Segundo o infectologista coordenador do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar do Hospital Anchieta, Henrique Lacerda, a diferença entre todos esses sorotipos basicamente é genética. Ele explica que todos causam os mesmos tipos de sintomas, mas o diferencial é que o sorotipo 3 tem maior potencial para causar surtos e está relacionado aos casos mais graves da doença, principalmente em quem já teve outros tipos de sorotipo da dengue em infecções prévias.
O especialista explica que a circulação do sorotipo 3 no país é preocupante, tendo em vista que as pessoas não têm imunidade contra esse vírus.
TEC./SONORA: Henrique Lacerda, infectologista coordenador do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar do Hospital Anchieta
“Consequentemente, as pessoas que já tiveram alguma dengue por um outro sorotipo, um ou dois, por exemplo, podem evoluir para formas mais graves por causa da resposta imunológica mais forte, mais exacerbada e isso pode levar a um aumento do número de casos e acabar sobrecarregando o serviço de saúde, com mais internações, pacientes mais graves e até óbito.”
LOC.: Segundo o infectologista Henrique Lacerda, o principal perigo de uma infecção por um sorotipo 3 da dengue é a possibilidade de evolução para formas mais graves da doença, cujos pacientes podem apresentar desde desidratação, sangramentos ou insuficiência hepática com necessidade até de transplante. Ele destaca como sinais de alerta que a população deve ficar atenta: dor abdominal, vômitos que não cessam, tontura, sangramentos e confusão mental.
Caso o paciente tenha esses sintomas, a orientação é procurar atendimento médico.
Reportagem, Bianca Mingote.