Data de publicação: 09 de Dezembro de 2021, 18:58h, Atualizado em: 01 de Agosto de 2024, 19:34h
O Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) enviou, nesta quinta-feira (9), equipes do Grupo de Apoio a Desastres (Gade) para verificar in loco os estragos causados pelas fortes chuvas que atingem os municípios do sul da Bahia desde a última segunda-feira (6). Pelo menos três pessoas morreram em razão do desastre.
Liderado pelo coordenador-geral de Gerenciamento de Desastres da Defesa Civil Nacional, Antonio Hiller, o grupo, inicialmente, visitou ou estabeleceu contato com as cidades de Jucuruçu, Medeiros Neto, Itamaraju, Teixeira de Freitas, Vereda, Prado, Guaratinga, Eunápolis e Macarani. Para essas localidades, a prioridade são os planos de trabalho de assistência humanitária e de limpeza. A Força Nacional do Sistema Único de Saúde (FN-SUS) também está se deslocando para a região para fortalecer as ações de saúde.
“Enviamos equipes do Gade para ajudar os municípios e verificar a necessidade de apoio complementar. Além disso, estamos fazendo uma avaliação do cenário de desastre e indicando quais são as áreas prioritárias de atuação e apoio do Governo Federal”, observou o diretor do Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres (Cenad), Armin Braun.
Com 65 mil habitantes, Itamaraju foi o município que registrou as três mortes. Além disso, um casal de pescadores está desaparecido, 180 pessoas estão desabrigadas e 300, desalojadas. Neste momento, a cidade necessita de colchões, cobertores e materiais de limpeza e de higiene pessoal, além de contenção de encostas e recuperação de estradas rurais, ruas e casas do município.
A cidade de Teixeira de Freitas, que conta com uma população de 160 mil habitantes, está quase toda alagada e o asfalto cedeu em algumas ruas. Seis casas desabaram, deixando uma pessoa ferida, e ainda há ameaça de mais desabamentos.
Nesta sexta-feira, o ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, faz um sobrevoo para verificar os estragos em Teixeira de Freitas e se reúne com o prefeito da cidade, Doutor Marcelo Belitardo, para oferecer apoio do Governo Federal nas ações de resposta ao desastre.
Já em Jucuruçu, que tem 10,9 mil habitantes, o problema é a falta de acesso a diversas comunidades do interior do município. Também há relatos de pessoas desaparecidas e desabrigadas.
Em Medeiros Neto, a situação é a mesma. Cerca de mil dos 24 mil habitantes estão desalojados. Além disso, quatro casas desabaram, o rio da cidade continua subindo e uma represa corre risco de romper e desaguar no rio Alcobaça. Neste momento, os moradores estão sendo retirados em botes, mas muitos apresentam resistência para deixar suas casas.
Na cidade de Guaratinga, a chuva afetou 2,4 quilômetros de estrada de terra e isolou povoados. Com 20 mil habitantes, o município já destinou escolas para abrigar, até o momento, 23 famílias. Já em Vereda, que tem 6,5 mil habitantes, a prefeitura está retirando quem mora às margens no rio da cidade e, em Eunápolis, 92 famílias também estão sendo resgatadas em razão do risco de deslizamento próximo às residências.
Já em Prado, o principal problema é o isolamento de dez comunidades depois que seis pontes e estradas da região ficaram completamente destruídas. Neste momento, não há acesso ao local, tendo em vista que o deslocamento terrestre é inexistente e o aéreo, com helicóptero estadual, é inviável em virtude das condições de navegação. O mesmo ocorreu em Macarani, que está com três pontes destruídas e outras interditadas, além de muitas pessoas desabrigadas e desalojadas.
Previsão
De acordo com o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), para esta quinta-feira (9) e para sexta (10), a previsão é de mais chuva para o sul da Bahia. Além disso, o Cenad passou a operar em alerta máximo, no nível vermelho, em razão da previsão para as próximas 48 horas.