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O Ministério da Saúde incluiu o implante transcateter de válvula aórtica na Tabela do SUS na primeira semana de novembro (3). O procedimento é minimamente invasivo e tem como objetivo a correção da válvula cardíaca afetada pela estenose aórtica, uma doença que causa obstrução do fluxo sanguíneo devido a um estreitamento na estrutura. A patologia atinge cerca de 5% da população com mais de 75 anos. Ou seja, um em cada 20 idosos a partir dessa faixa etária, e pode levar o paciente à morte. Trata-se de um procedimento percutâneo, que permite a implantação de uma válvula nova sem a necessidade de uma cirurgia mais invasiva.
Principal órgão do sistema cardiovascular, o coração é responsável por bombear sangue para todo o corpo. Se parar de bater, interrompe o funcionamento de todos os outros órgãos. Por isso, a atenção às doenças cardiovasculares é fundamental. Elas são a principal causa de mortes no Brasil e no mundo.
Apesar de afetar todas as faixas etárias, os idosos são o grupo mais propenso ao desenvolvimento de enfermidades cardíacas. Isso ocorre, por causa do enfraquecimento do organismo com o passar dos anos, como explica o Coordenador do Centro de Cardiologia do Hospital Sírio-Libanês e professor de Cardiologia da Universidade de Brasília, Carlos Rassi.
“Alguns desses motivos são o próprio envelhecimento, o tempo de doenças, tempo dos fatores de risco, dentre outras possibilidades. Exemplo, um idoso que fuma teve mais tempo de carga tabágica, o idoso que não faz atividade física teve mais tempo de sedentarismo, o idoso obeso teve mais tempo de obesidade e isso tudo corrobora para o aumento da propensão de ter a doença cardiovascular estabelecida nessa faixa etária,” afirma.
As cardiopatias congênitas são anomalias na estrutura e nas funções do coração durante o desenvolvimento do feto, e podem ser descobertas logo nos primeiros anos de vida. Outras doenças cardiovasculares, no entanto, surgem ao longo dos anos. Tabagismo, excesso de colesterol, hipertensão, obesidade, estresse, depressão e diabetes são os principais fatores de risco, de acordo com o Ministério da Saúde. Os diabéticos têm de duas a quatro vezes mais chances de sofrer um infarto. A Organização Mundial da Saúde (OMS) acrescenta ainda o uso nocivo de álcool ao rol de fatores de risco.
A OMS alerta que, em muitos casos, não há sintomas, sendo o ataque cardíaco o primeiro sinal de alerta. Entretanto, dor ou desconforto no centro do peito, braços, ombro esquerdo, cotovelos, mandíbula ou costas podem ser indícios. Dificuldade em respirar ou falta de ar, sensação de enjoo ou vômito, desmaio ou tontura, suor frio e palidez também podem ser sintomas. Carlos Rassi destaca a importância de ir ao pronto-socorro mais próximo diante de algum desses sintomas.
“Qualquer sintoma de dor no peito, falta de ar, perda de consciência, perda de força muscular, perda de sensibilidade, procurar um pronto-socorro imediatamente é a recomendação mais adequada para você fazer o tratamento e o manejo inicial e evitar sequelas futuras, para aumentar a sobrevida dos pacientes”, orienta.
Como forma de prevenção, especialistas recomendam atividades físicas, cuidados com alimentação e sono e controle médico regular. Além disso, é importante fazer check up periódico e ter atenção ao uso correto dos medicamentos receitados. O cardiologista e pesquisador do Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (InCor), Protásio Lemos, orienta ainda acabar com o hábito de fumar.
“Fazer avaliações periódicas frequentes para detectar a presença da doença precoce. Uma outra coisa é não fumar. Outro ponto é praticar atividades físicas regulares. A gente sugere que a pessoa faça pelo menos 150 minutos de atividade aeróbica por semana”, ressalta.
De acordo com o Ministério da Saúde, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece atendimento integral e gratuito para a prevenção, diagnóstico e tratamento de doenças cardiovasculares. No primeiro atendimento, ações de prevenção, como acompanhamento e monitoramento de fatores de risco como hipertensão e diabetes estão disponíveis nas Unidades Básicas de Saúde.
Em caso de diagnóstico de doença cardiovascular, o paciente é encaminhado para a Atenção Especializada, para o acompanhamento com especialista, exames, tratamento e os procedimentos necessários, ambulatoriais ou cirúrgicos. O Brasil tem mais de 300 centros especializados de alta complexidade cardiovascular.
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