Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Com pandemia e tempo seco, doações caem no Hemosul Dourados

Segundo o hemocentro regional, houve uma queda de 10% nas doações com a chegada da Covid-19. Estoques do banco de sangue estão em alerta

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O Hemosul Dourados, sudoeste de Mato Grosso do Sul, está com os estoques de sangue em baixa e pede a ajuda da população. De acordo com o hemocentro regional, todas as tipagens são bem-vindas, mas há maior necessidade do tipo sanguíneo “A positivo”, que está em nível crítico. 

A unidade de Dourados registrou uma queda de 10% no número de doações com a pandemia, segundo a instituição. Em 2019, foram coletadas aproximadamente 12 mil bolsas de sangue. Já em 2020, primeiro ano da Covid-19 no país, foram recolhidas um pouco mais de 10 mil unidades. 

São cerca de duas mil bolsas de sangue a menos para atender milhares de portadores de doenças crônicas em tratamento nos hospitais da região. Com esse quantitativo, a unidade poderia ajudar mais de oito mil pacientes, tendo em vista que uma única doação pode ajudar até quatro pessoas, de acordo com o Ministério da Saúde. 

Agora, entre os meses de julho e agosto, as doações tendem a cair ainda mais em toda a hemorrede devido ao tempo seco e às baixas temperaturas. Por isso, a assistente social do hemocentro de Dourados, Márcia Regina Pereira Furtado, faz um apelo para que a população seja solidária e doe sangue regularmente. 

“Convidamos todos de Dourados e região a doar sangue para mantermos nossos estoques. Nossos horários de atendimento são segunda, quartas e sextas, das 7h ao meio-dia, terças e quintas das 7h  às 17h, e, aos sábados, sempre o último do mês, das 7h às 12h. Aguardamos vocês. Doe sangue, doe vida”, pede Márcia. 

Exemplo

O aposentado Pedro Mariusso mora no bairro Parque Laranjais, em Campo Grande. Ele é doador de sangue regular há 50 anos e doa desde o início das atividades da Rede Hemosul, mas já praticava o gesto de solidariedade em outros estados. Ele conta que a vontade de ajudar as pessoas surgiu na sua adolescência depois de seu pai falecer por leucemia

“O que me levou a praticar esse ato foi a morte do meu pai, que contraiu uma leucemia. Na época, eu  tinha 15 anos de idade, mas eu acompanhei tudo até no último momento. Ele sobrevivia só através de doações, pois na época não tinha muito recurso igual tem hoje.”

A primeira oportunidade que Pedro teve de retribuir para as outras pessoas a solidariedade que tiveram com seu pai veio aos 18 anos, quando ele entrou para o Exército.

“Eu entrei para o quartel do exército e um colega comentou comigo que um primo estava internado no hospital com leucemia, com a mesma doença que vitimou o meu pai. Ele precisava urgentemente de doador de sangue. Então, eu procurei o hospital e fiz a minha primeira doação.”

Desde então, o aposentado não parou mais de doar sangue e comparece ao hemocentro quatro vezes ao ano. Ele conta que ao longo das últimas cinco décadas fez mais de 200 doações. Neste ano, Pedro completou 70 anos, idade máxima para doação de sangue de acordo com o Ministério da Saúde, e se despede do Hemosul. Mas continua incentivando outras pessoas a se tornarem doadores regulares.

“Não é só um médico que salva a vida de uma pessoa. Se o médico não tiver a colaboração de um doador para curar uma pessoa, ele não vai conseguir. Então, eu gostaria de dizer para as pessoas, as que têm condições de doar e ainda não fizeram, procure um hemocentro e faça esse ato nobre, digno e abençoado por Deus que é a doação de sangue.”

Pedro em uma de suas doações de sangue

O Governo Federal, por meio do Ministério da Saúde, reforça a importância da doação regular. “Vamos aproveitar essa oportunidade para reafirmar não só as ações de enfrentamento à pandemia, mas também a necessidade contínua de cumprir o preceito constitucional da saúde como direito fundamental. O sangue, ao longo do tempo, simboliza a vida. E, nesse sentido, é importante a doação regular de sangue. Doe sangue regularmente. Com a nossa união, a vida se completa”, diz Marcelo Queiroga, ministro da Saúde.

Onde doar sangue em Mato Grosso do Sul 

Interessados em doar sangue e medula óssea podem procurar, além do hemocentro coordenador do estado, em Campo Grande, um dos hemocentros regionais instalados em Dourados, Ponta Porã, Coxim, Três Lagoas e Paranaíba. 

O hemocentro localizado em Dourados, no sudoeste do estado, atende, sobretudo, a outros 15 municípios. Entre eles, estão: Antônio João, Caarapó, Itaporã, Rio Brilhante e Vicentina. A unidade fica na Rua Waldomiro de Souza, número 295, Vila Industrial. O telefone para contato é o  (67) 3424-4192 ou pelo Whatsapp (67) 99239-9421. 

Quem mora nessas cidades também pode procurar o polo de Ponta Porã, localizado na microrregião de Dourados, que está situado na Rua Sete de Setembro, número 1896, bairro Santa Isabel. O telefone para contato é o (67) 3431-6134. 

Já o hemocentro de Três Lagoas, leste do Mato Grosso do Sul, está mais próximo de quatro municípios, como Água Clara, Brasilândia, Ribas do Rio Preto e Santa Rita do Pardo. A unidade está localizada na Rua Manoel Rodrigues Artez, número 520, Colinos. O número para contato é o (67) 3522-7959.

Moradores do centro-norte do estado, que abrange sete cidades, como Figueirão, Pedro Gomes, Rio Verde, Sonora e Camapuã, podem procurar o hemocentro de Coxim. A unidade está situada na Rua Gaspar Reis Coelho, número 361, Bloco B, Bairro Flávio Garcia. Para contato, ligue no número (67) 3291-2906. 

E quem reside nos municípios da região leste como Aparecida de Taboado, Inocência e Servíria, podem procurar o hemocentro regional de Paranaíba. A unidade fica na Rua Sete de Setembro, número 1896 , bairro Santa Isabel, e o telefone é o (67) 3431-6134. 

Para saber mais informações sobre endereços e horários de funcionamento das unidades mais próximas de você, veja o mapa abaixo. 

 

Critérios para doar sangue e medula óssea

De acordo com a Coordenação-Geral de Sangue e Derivados do Ministério da Saúde, o procedimento para doação de sangue é simples. Primeiro se faz o cadastro, aferição de sinais vitais, teste de anemia, triagem clínica, coleta de sangue e depois o lanche. Isso tudo leva em média 40 minutos.

Vale lembrar que até mesmo quem foi infectado pelo coronavírus pode doar sangue e medula óssea. No entanto, é necessário aguardar 30 dias após completa recuperação da doença. Quem teve contato com pessoas infectadas também precisa esperar 14 dias para poder fazer a doação, apresentando RT-PCR negativo e ausência de sintomas. Os vacinados devem esperar o tempo de imunização, que vai depender da marca do imunizante.

Para doar sangue é necessário ter entre 16 e 69 anos de idade e pesar no mínimo 50 quilos. Mulheres podem doar até três vezes ao ano com intervalo de três meses entre as doações. Já os homens podem doar até quatro, com intervalo de dois meses. A doação é voluntária e uma bolsa de apenas 450mL de sangue pode ajudar até quatro pessoas.

Candidatos à doação de medula óssea devem ter entre 18 e 35 anos, estar em bom estado de saúde e não apresentar doença infecciosa ou incapacitante. Segundo o Redome, algumas complicações de saúde não são impeditivas para doação, sendo analisado caso a caso.

Doar sangue e medula é seguro! Com a pandemia, todos os protocolos de contenção contra a Covid-19 estão sendo realizados. No dia da doação, será preciso apresentar documento de identificação com foto. Para saber onde doar sangue ou se cadastrar para doar medula óssea, acesse hemosul.ms.gov.br.

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