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O Centro de Hematologia e Hemoterapia do Piauí (Hemopi) está com dificuldades para manter os estoques do banco de sangue abastecidos. De acordo com a instituição, as doações tiveram uma queda de 30% com a pandemia. Para mobilizar os piauienses a doarem sangue, a rede Hemopi conta o Hemocentro Coordenador, localizado em Teresina e, também, com uma estrutura descentralizada, composta pelos hemocentros regionais.
O Piauí tem três hemocentros regionais, que ficam nos municípios de Floriano, Picos e Parnaíba. Essas unidades também recebem candidatos à doação de medula óssea. Com o objetivo de abastecer o banco de sangue e aumentar o número de doadores de medula, o Hemopi indica que os voluntários devem procurar o hemocentro regional mais próximo e permitir uma pequena coleta de sangue para averiguação do tipo sanguíneo e da compatibilidade.
Logo depois, o cadastro é repassado para o Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (Redome), do Instituto Nacional do Câncer (Inca), órgão nacional responsável pelo gerenciamento das informações do doador e do paciente. Caso haja compatibilidade, o Redome entrará em contato com o doador para retirada das células.
Atualmente, o Hemopi possui 200 mil pessoas cadastradas para doação de sangue. Em relação ao cadastro de medula óssea, o Redome estima que o estado tenha 94.121 candidatos. Apesar de o indicador parecer positivo, é preciso que o número seja ampliado para atender toda a população piauiense com segurança.
Jurandir Martins, diretor geral do Hemopi, explica que, no ano passado, primeiro ano da Covid-19 no país, as doações tiveram uma redução de 30% no Piauí.
“Com isso culminou com o nosso estoque de sangue insatisfatório para atender a toda a demanda hospitalar. Ainda mais considerando que aqui no Piauí nós somos o único hemocentro e temos que por necessidade atender toda essa demanda hospitalar, tanto da rede pública como parte da rede privada.”
Jurandir ainda ressalta que o hemocentro tem tomado todas as medidas de contenção do novo coronavírus. E, ao contrário do que muita gente pensa, doar sangue em meio a pandemia é seguro e não apresenta risco de contaminação da doença.
“Sabemos que a própria população está neste momento com receio de sair de casa devido ao alto poder de disseminação do coronavírus. Porém, nós redobramos os cuidados evitando aglomerações, disponibilizando álcool em gel por todo o ambiente e cumprindo o distanciamento nas salas de coleta onde foi reduzido o número de cadeiras”, explica ele.
O hemocentro regional de Parnaíba, no litoral piauiense, atende a 14 municípios. Entre eles, Cajueiro da Praia, Ilha Grande, Luís Correia, Piracuruca e São José do Divino. A unidade está localizada na Praça Antônio Monte, sem número, Centro. O telefone para contato é o (86) 3321-2854.
Já a unidade de Picos, no sudeste do estado, fica próxima de 19 cidades como, por exemplo, Geminiano, Paquetá, Colônia do Piauí, São João da Canabrava, Bocaina e Oeiras. O hemocentro está situado na Praça Antenor Neiva, sem número, Bairro Bomba. Para informações, ligue (89) 3421-0704.
Quem mora em Guadalupe, Canavieira, Pavussu, Juremenha, São Miguel do Fidalgo e outros seis municípios da região sudoeste do Piauí, podem se dirigir até o hemocentro de Floriano. O endereço da unidade é Rua João Dantas, número 1161, Bairro Manguinha. O telefone para contato é o (89) 3522-2020.
A nutricionista Camila Guedes, 33 anos, mora em Teresina e doa sangue regularmente no Hemopi. Em 2015, ela também se cadastrou no Redome para ser doadora de medula óssea. Três anos depois do cadastro, foi chamada para realizar a sua primeira doação.
“Me ligaram dizendo que tinham encontrado um paciente que eu era compatível e que eu poderia ajudá-lo. Então, começaram os processos de exames para avaliar meu estado de saúde e em março de 2018 eu fiz a doação de medula óssea”, conta a nutricionista.
Camila lembra que a probabilidade de um receptor encontrar um doador compatível dentro do Brasil é de uma a cada 100 mil. Já fora do país, a chance é ainda menor, uma a cada um milhão. E ela teve sorte de ser compatível com um paciente que morava a mais de sete mil quilômetros do Brasil.
“Eu fiz a doação para um paciente que mora nos Estados Unidos. Atualmente, eu o conheço e ele está bem. Depois de três anos e alguns meses de doação ele segue bem no tratamento, está bem saudável e aproveitando esse momento com a família. Então, a maior importância da doação é ver o seu próximo bem.”
Danielle Nobre de Sousa, 40 anos, mora no bairro Tabuleta, na capital piauiense. A administradora também é doadora de carteirinha. Ele comparece ao hemocentro três vezes ao ano para doar sangue. Além disso, está na fila do Redome à espera de um receptor compatível para fazer a doação de medula.
“Eu ainda não tive a sorte de doar medula óssea. Mas eu sei que é um procedimento simples, o SUS banca toda a viagem, a cirurgia e os profissionais são preparados. Todo o processo é com anestesia e é indolor. E você vai fazer um bem tão grande para o próximo. Eu acho que todo mundo deveria fazer isso. Nós nunca sabemos quando será a gente ou alguém que a gente ama precisando.”
Marcelo Queiroga, ministro da Saúde, garante que doar sangue é possível graças ao SUS. “Vamos aproveitar essa oportunidade para reafirmar não só as ações de enfrentamento à pandemia, mas também a necessidade contínua de cumprir o preceito constitucional da saúde como direito fundamental. O sangue, ao longo do tempo, simboliza a vida. E, nesse sentido, é importante a doação regular. Doe sangue regularmente. Com a nossa união, a vida se completa.”
De acordo com a Coordenação-Geral de Sangue e Derivados do Ministério da Saúde, o procedimento para doação de sangue é simples. Primeiro se faz o cadastro, aferição de sinais vitais, teste de anemia, triagem clínica, coleta de sangue e depois um lanche é servido aos doadores. Isso tudo leva em média 40 minutos.
Vale lembrar que até mesmo quem foi infectado pelo coronavírus pode doar sangue e medula óssea. No entanto, é necessário aguardar 30 dias após completa recuperação da doença. Quem teve contato com pessoas infectadas também precisa esperar 14 dias para poder fazer a doação, apresentando RT-PCR negativo e ausência de sintomas. Já os vacinados devem esperar o tempo de imunização, que vai depender da marca do imunizante.
Para doar sangue é necessário ter entre 16 e 69 anos de idade e pesar no mínimo 50 quilos. Mulheres podem doar até três vezes ao ano com intervalo de três meses entre as doações. Já os homens podem doar até quatro, com intervalo de dois meses entre as doações. A doação é voluntária e uma bolsa de apenas 450mL de sangue pode ajudar até quatro pessoas.
Candidatos à doação de medula óssea devem ter entre 18 e 35 anos, estar em bom estado de saúde e não apresentar doença infecciosa ou incapacitante. Segundo o Redome, algumas complicações de saúde não são impeditivas para doação, sendo analisado caso a caso.
Doar sangue e medula é seguro! Com a pandemia, todos os protocolos de contenção contra a Covid-19 estão sendo realizados. No dia da doação, será preciso apresentar documento de identificação com foto. Para saber onde doar sangue ou se cadastrar para doar medula óssea, acesse hemopi.pi.gov.br.
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