Data de publicação: 31 de Dezembro de 2022, 18:10h, Atualizado em: 01 de Agosto de 2024, 19:26h
A situação do país neste fim de ano em relação à Covid-19 é preocupante. Dados da Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica revelam que entre os inícios de outubro e novembro de 2022, os casos de contaminados aumentaram de 3,7 % para 23%. Nos últimos 14 dias houve mais de 492.500 registros no Brasil, com 2.082 óbitos.
Os estados mais atingidos com a nova onda da pandemia são Goiás, com quase 7 mil casos registrados nas últimas duas semanas; Rio Grande do Sul, com mais de 6,1 mil casos registrados em 14 dias; e Espírito Santo, com pouco mais de dois mil casos notificados no mesmo período.
O médico infectologista de São Paulo Max Igor Lopes aponta alguns cuidados básicos necessários durante esta reta final de festas. “O vírus está circulando no país com uma maior intensidade desde novembro, começou nas capitais do Sudeste, principalmente Rio de Janeiro e São Paulo, ganhou o interior e, dependendo da cidade, isso ainda está em ascensão”, detalha. “Então é importante tomar os cuidados em relação a essa época de festas, pessoas que eventualmente estejam doentes, usem máscaras, mantenham algum distanciamento, deixem o ambiente mais ventilado, usem álcool em gel na mão. Todas aquelas medidas para reduzir risco de transmissão”, reforça.
Moradora de Goiânia, a aposentada Rosilei dos Santos Nascimento, 64 anos, quase perdeu a vida durante a primeira onda da doença. Também viu alguns parentes e muitos amigos com o vírus da Covid-19, e está preocupada diante dos novos casos não só na capital goiana, mas em todo o estado.
“Só não fui entubada porque Deus gosta muito de mim”, acredita. “Preocupa porque essa doença não é engraçada, é custosa. Ninguém se cuida, anda sem máscara, tumultua, aí dá perrengue”, constata.
Recorde de mortes por dengue
A dengue é outra preocupação sanitária neste fim de ano no Brasil. Segundo dados do Ministério da Saúde, o país já registrou quase mil mortes causadas pelo mosquito aedes aegypti. Houve um aumento de 172,4% em relação a 2021, quando 544 mil pessoas foram infectadas.
Dados parciais do boletim do Ministério da Saúde apontam 1,4 milhão de casos prováveis, com registros em todos os estados do país e no Distrito Federal. O DF lidera o ranking das cidades com o maior número de infecções, são mais de 67.200 pessoas contaminadas.
Cidades do sul do país estão na mesma situação. Joinville, em Santa Catarina, está em quarto lugar entre os municípios brasileiros mais contaminados, com mais de 21.400 casos. Para o médico infectologista, Max Igor Lopes, 2022 foi um ano de alerta com relação à dengue.
“Até por conta da Covid é um assunto que não teve destaque nas notícias, mas ocorreu de forma bastante intensa no país. Uma outra notícia ruim é que o número de óbitos bate recorde em relação ao visto nos últimos dez anos”, lamenta.
Segundo o especialista, vários fatores explicam essa explosão, entre eles os fortes períodos chuvosos, sobretudo no verão, e o aumento da mobilidade das pessoas. “A maior mobilidade faz com que as pessoas se infectem e voltem para as regiões onde tem o vetor, a transmissão da doença por um mosquito, e daí outras pessoas são infectadas”, explica.
Abaixo, a lista do dez municípios com maior número de casos registrados nos últimos dias:
Brasília (DF) - 67.274 casos;
Goiânia (GO) - 53.796;
Aparecida de Goiânia (GO) - 25.138;
Joinville (SC) - 21.406;
Araraquara (SP) - 21.017;
São José do Rio Preto (SP) - 19.927;
Fortaleza (CE) - 19.037;
Anápolis (GO) - 17.144;
Natal (RN) - 15.403;
Teresina (PI) -15.033.