Data de publicação: 29 de Abril de 2022, 20:00h, Atualizado em: 01 de Agosto de 2024, 19:35h
O governo federal gastou cerca de R$ 3,5 bilhões no tratamento de pacientes acima dos 30 anos com câncer, em 2018, nos hospitais do Sistema Único de Saúde. O dado consta em sumário executivo, lançado pelo Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (Inca), nesta sexta-feira (29), durante seminário virtual em comemoração ao Dia Mundial da Atividade Física (6 de abril).
Durante o lançamento, a diretora-geral do Inca, Ana Cristina Pinho, afirmou que, em 2018, R$ 1.4 bilhão foram utilizados em tratamentos de cânceres associados com atividade física insuficiente.
Segundo o documento, os gastos com a assistência oncológica vêm crescendo de "forma expressiva e ameaçam a viabilidade financeira dos sistemas de saúde". O câncer mata cerca de 232 mil pessoas e é a segunda causa mais frequente de morte no País.
O documento faz projeções do impacto futuro dos fatores de risco relacionados à alimentação, nutrição e atividade física nos gastos federais no atendimento ambulatorial e hospitalar de pacientes oncológicos. A estimativa é de que sejam gastos R$ 2,5 bilhões, em 2030, e R$ 3,4 bilhões, em 2040, com os cânceres de mama, colorretal e endométrio.
Para a coordenadora de Prevenção e Vigilância do Inca, Liz Almeida, caso a população pratique mais atividades físicas nos próximos anos, pode gerar uma economia de até R$ 20 milhões com o tratamento de câncer em 2040. Para isso, cerca de um terço da população brasileira precisa realizar ao menos 150 minutos de exercícios físicos por semana, até 2030.
O professor adjunto do Curso de Educação Física da Universidade Estadual de Londrina e coordenador do Programa de Pós-graduação em Educação Física da Universidade, Rafael Deminice, indica algumas atividades físicas para prevenir e reduzir os casos de câncer no Brasil.
“Qualquer movimento vale, desde passear com os cachorro, de se deslocar para o trabalho utilizando bicicleta ou caminhando, brincar, dançar com a família, especialmente com os filhos. Até realizar atividades sistematizadas, como corrida, academia, natação e assim por diante. Talvez a mensagem mais importante é que não há necessidade específica de se matricular numa academia para alcançar os benefícios, qualquer movimento, conta.”
O Ministério da Saúde lançou recentemente o Guia de Atividade Física para a População Brasileira e reconheceu a importância de tornar a atividade física uma política de Estado, a partir da criação e fortalecimento de políticas públicas estruturantes e baseadas em evidências.
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