LOC.: O Plenário da Câmara dos Deputados deve analisar, nos próximos dias, um projeto de lei que amplia as possibilidades de emissão de debêntures para o setor de infraestrutura.
As debêntures são títulos de dívidas emitidos por empresas de diversos setores da economia para captar recursos. Se uma empresa quer investir na construção de uma ferrovia, por exemplo, mas não tem dinheiro suficiente para isso, ela pode pegar esses recursos emprestados junto a investidores, como as pessoas físicas. O investidor recebe, mais à frente, o valor emprestado acrescido de juros.
Segundo o deputado Marcelo Ramos (PL/AM), o Brasil terá dificuldade para fazer grandes investimentos em infraestrutura com recursos próprios. Daí a importância do projeto.
TEC./SONORA: Marcelo Ramos (PL/AM), deputado federal
“As debêntures de infraestrutura são instrumentos fundamentais para garantir acesso ao crédito que possibilite obras de infraestrutura no País. E alongando prazos e reduzindo juros, você aumenta a possibilidade de investimento nesse setor, que é um setor fundamental para que o Brasil possa voltar a crescer.”
LOC: O principal ponto do PL é direcionar isenções fiscais para as empresas do setor de infraestrutura que emitem debêntures. Atualmente, apenas os investidores (quem empresta dinheiro para as empresas) têm isenção fiscal do Imposto de Renda sobre a rentabilidade.
Assim, os parlamentares esperam atrair mais investimentos no setor, sobretudo de pessoas jurídicas. Segundo o economista William Baghdassarian, a medida pode ter impactos positivos na economia a curto e médio prazo.
TEC./SONORA: William Baghdassarian, economista
“No curto prazo, ela aumenta a demanda agregada, e acaba gerando emprego. Se você tem uma infraestrutura para ser feita ali, você cria todo um ecossistema de pessoas para fazer aquela infraestrutura. No médio prazo, como essa infraestrutura vai gerar um aumento da produtividade daquela região, o projeto acaba se pagando, porque o projeto traz lucro e esse lucro gera a possibilidade de pagar o empréstimo gerando ainda um benefício.”
LOC.: A proposta tramita na Casa em regime de urgência.
Reportagem, Felipe Moura.