Hospital de campanha Covid-19. Foto: Agência Brasil
Hospital de campanha Covid-19. Foto: Agência Brasil

Boletim da Fiocruz indica queda de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave

A queda do indicador foi registrada em oito capitais a partir da segunda semana de janeiro: Belém (PA), Belo Horizonte (MG), Brasília (DF), Cuiabá (MT), Curitiba (PR), Rio de Janeiro (RJ) e São Paulo (SP).

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A nova edição do Boletim InfoGripe, realizado pela Fiocruz, indica sinal de queda de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) em oito capitais a partir da segunda semana de janeiro: Belém (PA), Belo Horizonte (MG), Brasília (DF), Cuiabá (MT), Curitiba (PR), Rio de Janeiro (RJ) e São Paulo (SP).  Embora Manaus (AM) também apresente sinal de queda, os dados desta capital ainda apresentam impacto importante do represamento, de modo que essa sinalização pode estar subestimando o cenário atual. 

Entre os registros com resultados positivos para os vírus respiratórios, 96,7% dos casos e 99,1% dos óbitos são em decorrência do novo coronavírus. Em nível nacional, a investigação indica que os casos notificados de SRAG no Brasil como um todo apresentam sinal de queda de longo prazo (últimas seis semanas) e curto prazo (últimas três semanas). No entanto, ainda há diferenças importantes no território nacional, com algumas capitais e regiões interioranas mantendo a retomada do crescimento.


 
Segundo o pesquisador em saúde pública da Fiocruz e coordenador do InfoGripe, Marcelo Gomes, esta é uma situação heterogênea que varia muito em função do comportamento da sociedade, que resulta na transmissibilidade.
 
“Quando olhamos para cada estado e vimos o que está acontecendo nas regiões observamos cenários distintos. Alguns locais ainda apresentam sinal de crescimento enquanto outras regiões têm queda. Por exemplo, Manaus passou por uma situação extremamente dramática e nas últimas semanas apresentou queda no número de novos casos”, pontuou.

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A análise de tendência dos casos semanais de SRAG até a semana 5 para as macrorregiões de saúde, com base no município de notificação, mostra que em apenas 11 das 27 unidades federativas observa-se tendência de longo e curto prazo com sinal de queda ou estabilização em todas as respectivas macrorregiões de saúde.
 
O pesquisador destacou que, apesar dos dados, esta não é uma projeção do que vai acontecer nas próximas três semanas, mas sim do que aconteceu até o momento, que é um bom indicativo do que pode continuar ocorrendo nas próximas se nada for alterado no cenário. 
 
Em 16 estados, Amazonas, Pará, e Roraima (Norte), Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, e Pernambuco (Nordeste), Espírito Santo, Minas Gerais, e São Paulo (Sudeste), Rio Grande do Sul, e Santa Catarina (Sul), Goiás, Mato Grosso, e Mato Grosso do Sul (Centro-Oeste) há pelo menos uma macrorregião estadual com tendência de curto e/ou longo prazo com sinal moderado.
 
De acordo com Gomes, há uma série de fatores que podem gerar falsa impressão de queda como, por exemplo, o aumento no represamento de dados a partir de dezembro, o que reflete na demora para registro e divulgação de casos identificados nas unidades de saúde. “Tivemos muito represamento de dados no final do ano, começo de janeiro, e isso obviamente também tem um impacto nessas estimativas de casos recentes, isso pode gerar falsas estimativas, pode gerar falso sinal de queda”, avaliou. 
 
Desde 2020 até a presente atualização, foram reportados um total de 754.025 casos de SRAG. Destes, 56.175 são referentes ao ano epidemiológico 2021, sendo 28.816 (51,3%) com resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório, 8.660 (15,4%) negativos, e ao menos 12.619 (22,5%) aguardando resultado laboratorial. Dentre os positivos, 0,0% Influenza A, 0,0% Influenza B, 0,5% Vírus Sincicial Respiratório (VSR), e 95,2% Sars-CoV-2 (Covid-19).
 
O Boletim destaca que os dados apresentados devem ser utilizados em combinação com demais indicadores relevantes, como a taxa de ocupação de leitos das respectivas regionais de saúde, por exemplo.

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